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Irmãos sobreviveram 26 dias na floresta apenas com fruta típica

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Imagine se você ficar perdido em uma floresta por 26 dias sem nenhum recurso para sobreviver. Com certeza, a maioria das pessoas pensa que não sobreviveria. Felizmente, esse não foi o caso desses dois irmãos, Glaucon e Gleiçon, de sete e nove anos. Eles ficaram no meio da floresta amazônica do município de Manicoré, Amazonas, durante 26 dias.

A história em torno da sobrevivência dos irmãos está começando a ser trilhada por investigadores e profissionais da saúde. Quando os irmãos se viram no meio da floresta, eles estavam sem suprimentos e sem a ajuda de adultos para a manipulação e reconhecimento de alimentos que realmente fossem comestíveis. Então, eles usaram uma das poucas coisas que conheciam, uma fruta típica local chamada sorva.

Fruta

Pixabay

Essa fruta tem o formato de bolinha e pode ser vermelha ou verde. A sorva é uma fruta adocicada e quando são colhidas, elas são vendidas nas feiras. Por esse motivo os irmãos a conheciam e o irmão mais velho, de nove anos, conseguia encontrá-las nas árvores.

A vantagem que o menino mais velho tinha era a sua altura. Por isso, ele procurava as árvores do fruto e se esforçava para pegá-las quando ele e seu irmão estavam com fome. Para beber água, os irmãos bebiam a água da chuva.

Esse instinto de sobrevivência dos irmãos foi reconhecido por Januário Carneiro Neto, coordenador do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) de Manaus. “Não foi uma ideia, foi um instinto de sobrevivência. Se eles sentiam fome, iam lá e comiam. É uma frutinha pequenininha que estava de fácil acesso para eles, era o que tinha”, disse ele em entrevista.

Irmãos

O Segredo

Os irmãos despareceram no dia 18 de fevereiro quando saíram da comunidade onde moravam e foram caçar pássaros. A mãe dos meninos, Rosinete da Silva Carvalho, deu uma entrevista ao Fantástico e disse que durante todos os dias que seus filhos estavam perdidos, eles tiveram que beber água da chuva ou de um rio pequeno. Eles se alimentavam da fruta típica da região.

“Toda tarde eu ia no terreiro da casa onde eles jogavam bola. Eu me ajoelhava no terreno e pedia: ‘Deus, me mostre meus filhos'”, lembrou ela.

A mãe acredita que o fato dos irmãos serem indígenas foi fundamental para que eles conseguissem sobreviver na floresta. “Porque eles têm aquele modo, aquele costume que a gente fala ‘da terra’, de comer as frutas que eles conhecem. E foi isso mais que alimentou eles”, pontuou.

Quando os irmãos finalmente foram localizados, eles tinham um quadro de desnutrição grave e esfoliação na pele. Quem localizou os meninos foi o agricultor Manoel Pio Wilkes, que estava procurando madeira no meio da mata e ouviu um barulho.

“Eu bati em uma árvore e foi quando eles gritaram: ‘Ei’. Eu conheci e disse: ‘Vocês estão perdidos?’. ‘Pera aí um pouco que eu tô buscando vocês’. Saí em disparada pra lá”, lembrou o agricultor.

Transferência

G1

Assim que foram encontrados, os irmãos receberam atendimento emergencial no hospital do município, mas precisaram ser transferidos para Manaus. Eles então foram levados para o Hospital e Pronto-Socorro da Criança, localizado na Avenida Brasil, bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.

Quem autorizou a transferência foi o Ministério Público do Amazonas, que expediu um ofício exigindo que os irmãos fossem examinados por um especialista em até quatro horas.

Os irmãos ficaram dois dias internados no hospital e depois tiveram um ganho de peso, conforme informou o boletim médico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Embora já tenham sido resgatados e estejam relativamente bem, os irmãos têm escoriações na pele que estão infeccionadas. Além disso, um deles têm uma úlcera na região sacra, além de feridas no ouvido causadas por larvas de mosca, que já foram retiradas. Claro que os dois estão sendo monitorados constantemente.

Fonte: Aventuras na história, G1

Imagens: Pixabay, O Segredo, G1

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