Curiosidades

Mãe viaja pelo mundo com cinzas da filha

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Desde que nascemos, temos uma figura importante que vai fazer qualquer coisa para o seu bem: sua mãe. Ela é uma das pessoas que vai tentar te alegrar quando estiver triste, te educar quando você for mal criado e te defender quando algo pode te machucar. O amor de mãe parece ser uma coisa de outro mundo. Tanto que essas mulheres enfrentaram qualquer coisa pelos seus filhos e os querem por perto sempre.

O caso dessa mãe e sua filha é um exemplo de que o amor de mãe realmente não acaba. A artesã Sonia Imanishi tinha ido para sua pousada em Ilha Grande, em Angra dos Reis, junto com seu marido, Geraldo Faraci e sua filha, Yumi Faraci. Eles iam passar a virada de 2009 para 2010.

Logo nas primeiras horas do ano, a região foi atingida por uma chuva forte. E enquanto Yumi e uns amigos dormiam no quarto da pousada onde estavam aconteceu um deslizamento de terra que os atingiu. A jovem e um casal de amigos morreram. E a vida de Sonia e Geraldo mudou drasticamente.

Depois de dez anos da tragédia, os pais de Yumi resolveram jogar as cinzas da sua filha, em diferentes partes do mundo. Para eles, isso é uma forma de também levar a filha para esses lugares, já que a menina era apaixonada por viagens e lugares diferentes.

“Uma das grandes paixões dela era viajar. Ela fez intercâmbio no Canadá e na Inglaterra. Viajou bastante. Conheceu diferentes culturas e fez muitos amigos. Ela falava quatro línguas, além de português: francês, japonês, espanhol e inglês. Ela tinha muita facilidade para aprender idiomas”, conta Sonia.

Missão

Segundo Sonia, ela e seu marido tinham conversado com a filha que, quando morressem, eles queriam ser cremados porque não gostavam da ideia de estarem enterrados em um lugar, em que a filha teria que ir para visitá-los. “Como ela amava viajar, dizíamos para ela nos cremar e jogar as nossas cinzas, em um lugar muito bonito. Sempre repetia isso para ela”, disse.

Yumi também disse aos pais, que gostaria de ser cremada. E que, por ser mineira, ela queria que suas cinzas fossem jogadas na Serra da Moeda, que fica na região de Brumadinho, e é conhecida como topo do mundo. Além disso, também no mar de Angra dos Reis.

“Nunca imaginei que teríamos que cumprir aquele desejo dela. Ainda mais depois de tão pouco tempo. Naquela virada de 2009 para 2010, havíamos organizado a festa na pousada, como em anos anteriores. Não tenho muito a dizer sobre aquele dia. Eu dormi muito feliz e acordei muito aterrorizada”, lembra Sonia.

Com menos de 15 dias da morte da jovem os pais jogaram uma parte de suas cinzas, na Serra da Moeda. E no fim de 2010, eles reuniram alguns amigos da jovem, fizeram uma cerimônia e jogaram partes das cinzas no mar.

Viagens

“A saudade da nossa filha é constante. Mas ela está presente conosco diariamente. Ela deixou 18 músicas gravadas em vídeos do YouTube. Escutamos com frequência. Tenho duas tatuagens em homenagem à Yumi. Uma com o formato do violão dela, na perna direita, e outra com o nome dela, nas costas. O meu marido tatuou o rosto dela nas costas”, ressalta.

O casal pensou que seria um transtorno, para os outros parentes, guardarem as cinzas de sua filha, quando eles também morressem. E por isso, eles decidiram jogar as cinzas da filha, por partes do mundo.

“Combinei com o meu marido que faríamos o que nós três sempre gostamos: viajar. E em cada lugar bonito que represente algo para nós, vamos jogar parte das cinzas dela. Faremos isso aos poucos, até acabar”, comenta.

“Que possamos te levar até que o último de nós dois se vá. Que possamos realizar todas as viagens que um dia quiséramos fazer, para que possamos sempre guardar em nossas memórias o tamanho do nosso amor. E para que um dia, quando nós três nos reencontrarmos, tenhamos muitas coisas para contar. Até a próxima viagem, Yumi”, finaliza Sonia.

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