Natureza

Mata Atlântica atinge segunda maior taxa de desmatamento dos últimos 6 anos

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Na quarta-feira (24), a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram novos dados que revelam uma realidade alarmante para o desmatamento da Mata Atlântica.

Entre outubro de 2021 e outubro de 2022, mais de 20 mil hectares da floresta foram desmatados, representando a segunda maior área desmatada nos últimos seis anos.

Essa taxa equivale ao desmatamento de um Parque Ibirapuera a cada três dias.

Essas informações fazem parte do Atlas da Mata Atlântica, um estudo realizado pela fundação e o INPE desde 1989.

Apesar de indicar uma redução de 7% em comparação ao período anterior (21.642 hectares desmatados em 2020-2021), o atual índice de desmatamento no bioma está 76% acima do registro mais baixo na série histórica, que foi de 11.399 hectares entre 2017 e 2018. Esses números evidenciam uma preocupante situação para a Mata Atlântica.

Conforme entrevista de Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da SOS Mata Atlântica e coordenador do Atlas, as taxas são alarmantes para a floresta.

Segundo ele, o bioma é fundamental para a conservação da qualidade da água e para a prevenção de grandes tragédias, como as que aconteceram no litoral de São Paulo.

Avaliações da organização apontam que, como resultado do desmatamento da Mata Atlântica, 9,6 milhões de toneladas de CO2 foram lançados no espaço.

O diretor aponta que já deveriam ter adotado ações para reduzir essa taxa e reflorestar a área. No entanto, a prioridade segue diferente da realidade.

Principais estados e municípios de desmate

O mais recente Atlas da Mata Atlântica também revela os estados que lideram o desmatamento. Minas Gerais ocupa o primeiro lugar, com 7.456 hectares desmatados, seguido pela Bahia (5.719 ha), Paraná (2.883 ha), Mato Grosso do Sul (1.115 ha) e Santa Catarina (1.041 ha).

Esses cinco estados concentram 91% do desmatamento total da Mata Atlântica, de acordo com o estudo.

Além disso, o levantamento mostra que o desflorestamento aumentou em oito estados. No Nordeste, chama atenção Alagoas, Sergipe, Bahia e Paraíba. Enquanto isso, no Sul e Centro-Oeste, temos Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro e Espírito Santo também se destacam.

Por outro lado, nove estados registraram uma redução na taxa de desmatamento. O Piauí, Rio Grande do norte e Ceará lideram no Nordeste. Ao Sul e Sudeste, temos Goiânia, Mato Grosso e Paraná. São Paulo e Santa Catarina registraram baixas também.

O estudo também identificou dez municípios com um alto índice de desmatamento, representando 30% do total no último período.

Cinco desses municípios estão localizados em Minas Gerais, o estado líder em desmatamento, um no Mato Grosso do Sul e quatro na Bahia.

Entre as principais cidades baianas na lista estão Wanderlei (1.254 hectares desmatados), Cotegipe (907 ha) e Baianópolis (848 ha), como informa o portal G1.

Causas

No relatório divulgado, a Fundação SOS Mata Atlântica argumenta que esse desmatamento da Mata Atlântica é impulsionado principalmente pela conversão de áreas florestais em pastagens e cultivos agrícolas no bioma.

A especulação imobiliária, especialmente nas proximidades de grandes cidades e no litoral, é apontada como uma das principais causas.

Uma disparidade alarmante é destacada pela taxa de perdas que ocorreram em áreas protegidas, de 0,9%, enquanto 73% aconteceram em terras privadas.

Por isso, pesquisadores e órgãos de proteção alertam para a necessidade de alinhar outros objetivos junto ao combate de desmate. Não será possível reduzir os índices caso não exista um impedimento do agronegócio e a demarcação correta de terras preservadas.

Caso contrário, o desmatamento da mata Atlântica apenas aumentará.

 

Fonte: G1

Imagens: SOS Mata Atlântica, Brasil de Fato

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