História

Nações africanas pedem indenização por colonização

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Ao longo de sua história, muitos países do continente africano foram marcados pela colonização que durou séculos. Dessa forma, os países eram ocupados por países como Inglaterra, Portugal, França e Alemanha. Agora, por conta dos danos causados, nações africanas pedem indenização por colonização.

Esse é o caso de países como Namíbia, Tanzânia e Burundi. Burundi, por exemplo, pediu que a Alemanha e a Bélgica pagassem 36 bilhões de euros pelos danos causados durante a colonização. Além disso, a nação africana também exigiu que os países europeus devolvessem objetos roubados e que, hoje estão expostos em museus da Europa.

Esses países veem isso como uma forma de reparação histórica

Ao longo do período de colonização, esses países tiveram objetos, fortunas e até sua cultura roubada. De fato, são danos irreparáveis e se pararmos para pensar, o dano a longo prazo é muito maior do que os países estão exigindo. Dito isso, será que esse é um valor justo a se pagar? E se não é, qual seria?

Esse assunto já muito discutido antes, mas, esse pedido feito pelo Burundi se deu a partir de uma pesquisa realizada desde 2018, em que é analisado os danos sociais e econômicos que o país sofreu durante o período de colonização. Dessa forma, o estudo traz informações como trabalhos forçados e as penas cruéis impostas pelos países europeus. Mas, para além disso, também considerou o dano a longo prazo.

Outros países, como a Namíbia, também vem negociando um valor que deverá ser pago pela Alemanha. Em agosto deste ano, o país havia feito uma oferta de 10 milhões de euros pelo genocídio ocorrido durante o século XX. Contudo, para Hage Geingob, a oferta foi um verdadeiro insulto, uma vez que é um valor extremamente baixo se comparado aos danos causados. Isso, considerando apenas os danos que ainda podem ser remediados de alguma maneira. Para se ter uma ideia, apenas entre os anos de 1904 e 1908, mais de 75 mil pessoas foram mortas. Assim, com mais uma proposta negada, as negociações seguem em aberto e já duram um período de cinco anos.

A devolução de itens de arte e bens roubados deve ser feita

Atualmente, a Tanzânia está pressionando o governo da Alemanha para que o país reconhece os crimes de guerra que cometeu entre o período colonial. Isso inclui o massacre de etnias na Revolta de Maji-Maji, que aconteceu entre os anos de 1905 e 1907. Apenas nesse conflito, estima-se que mais de 300 mil pessoas tenham morrido em resultado da guerra e suas consequências.

Para Achilles Bufure, diretor do Museu Nacional da Tanzânia, as negociações não devem parar. Dessa forma, bens roubados e itens de arte devem ser devolvidos o mais rápido possível. “Temos estado a discutir a questão dos dinossauros com alguns membros do Museu de História Natural de Berlim e queremos organizar o regresso de algumas coleções. Sou a favor de que o nosso governo discuta com o lado alemão uma forma de devolver esses objetos”, afirma Bufure.

No início dos anos 2000, a ONU também discutiu algumas dessas questões. Assim, para a Unesco, por exemplo, deve haver uma reparação moral ou ética e uma reparação histórico-científica. Somente depois disso seria possível estabelecer uma indenização financeira. De toda forma, esse é um assunto que permanece em aberto e que, deveria ser discutido no Brasil. Desse modo, conforme as negociações de países africanos fluírem, podemos pensar em como isso se daria nas Américas.

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