Curiosidades

O dedo sintético dos egípcios

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No ano de 2012, pesquisadores da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, realizaram um experimento um tanto inusitado. Anteriormente, arqueólogos já haviam encontrado um objeto peculiar em uma múmia feminina, descoberta perto da cidade de Luxor, no Egito. Um artefato representava um dedo do pé desse indivíduo.

Estima-se que essa seja a prótese mais antiga já descoberta. Feita por meio de couro e madeira, ela parece ter sido feita para ser utilizada com essa função de substituir os dedos. De acordo com os especialistas, foram encontradas marcas de utilização que tornaram o item desgastado, diferente de como estaria se fosse utilizado apenas como acessório.

“Vários especialistas examinaram esses objetos e sugeriram que eles foram os primeiros dispositivos protéticos existentes. Há muitos casos dos antigos egípcios criando partes falsas do corpo para sepultamento, mas o desgaste e o design sugerem que foram usados ​​por pessoas para ajudá-las a andar”, disse Jacky Finch, pesquisador da Universidade de Manchester e líder da pesquisa.

Réplicas da prótese egípcia

Réplica da prótese (Universidade de Manchester)

Os cientistas decidiram testar a funcionalidade da possível prótese. Por isso, eles criaram  réplicas exatas do item egípcio que data de 950 a 710 a.C., para que a original não fosse danificada durante o experimento.

De acordo com Finch, “tentar provar isso tem sido um processo complexo e desafiador, envolvendo especialistas não apenas em práticas funerárias egípcias, mas também em design de próteses e avaliação computadorizada da marcha”.

Para o estudo, foram convocados dois voluntários que não tinham o dedão do pé direito. O resultado deste estudo foi publicado em um artigo na revista científica Journal of Prosthetics and Orthotics.

Durante a pesquisa, os voluntários andaram utilizando a prótese e as sandálias parecidas com a dos egípcios antigos, desenvolvida pelos especialistas. Com isso, eles poderiam provar se o objeto ajudava as pessoas a caminhar. Outra variação da pesquisa foi realizada com os convidados andando dez metros sem sapatos e com seus próprios calçados, com o objetivo de entender como ocorria no Egito.

“Os dados de pressão nos dizem que teria sido muito difícil para um antigo egípcio sem um dedão do pé andar normalmente usando sandálias tradicionais. Eles poderiam, é claro, permanecer descalços ou talvez usar algum tipo de meia ou bota por cima do dedo do pé falso, mas nossa pesquisa sugere que usar esses dedos do pé falso torna mais confortável andar com uma sandália”, informou o especialista.

O pesquisador responsável pelo estudo afirmou que os resultados foram surpreendentes. Isso porque os passos dos voluntários que utilizaram a prótese foram 60% a 87% similares parecidos com as pisadas feitas pelo pé esquerdo. Com isso, considera-se que os egípcios sabiam o que estavam projetando com esse objeto.

“Foi muito animador ver que os dois voluntários foram capazes de andar usando as réplicas. Agora que temos estas informações, nós podemos afirmar que há evidências de que o artefato original [o dedão encontrado na múmia] possuía uma função de prótese”, declarou Finch.

Fonte: Aventuras na História

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