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O fim dos neandertais foi causado pela reversão dos polos magnéticos

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O mundo hoje é um lugar em que é fácil viver comparado a como era há cerca de 42 mil anos. Isso porque o planeta enfrentou alguns séculos de vivência apocalíptica por conta da reversão dos polos magnéticos da Terra, junto com o comportamento do Sol.

Essa é a principal descoberta de um estudo publicado na revista Science por Chris Fogwill, Alan Hogg, Chris Turney e Zoë Thomas. Assim, esta grande reversão magnética causou uma série de eventos dramáticos com consequências que afetaram o planeta todo.

“O que se desenrolou parecia o enredo de um filme de terror: a camada de ozônio foi destruída, tempestades elétricas varreram os trópicos, ventos solares geraram espetáculos de luz (auroras), o ar ártico se espalhou pela América do Norte, os mantos de gelo e geleiras aumentaram e os padrões climáticos mudaram violentamente”, disseram os pesquisadores.

Durante esse período, a Terra foi exposta à luz ultravioleta intensa, causando a extinção dos neandertais e da megafauna, enquanto os humanos modernos se esconderam em cavernas.

“O polo norte magnético, para onde a agulha da bússola aponta, não tem localização permanente. Na realidade, geralmente oscila perto do polo norte geográfico — o ponto em torno do qual a Terra gira — ao longo do tempo devido aos movimentos dentro do núcleo do planeta.”

“Por razões que ainda não estão totalmente claras, os movimentos dos polos magnéticos às vezes podem ser mais extremos do que uma simples oscilação. Uma das migrações mais dramáticas desses polos ocorreu há cerca de 42 mil anos e é conhecida como o evento Laschamps, em homenagem à cidade francesa onde foi descoberto.”

Reversão magnética extinguiu os neandertais

crânio de neandertal

Getty Images

Dessa forma, o evento Laschamps vem sendo observado em todo o mundo, incluindo em uma ocorrência recente na Tasmânia, Austrália. Porém, até agora, não estava claro se as mudanças magnéticas impactaram o clima e a vida no planeta.

“Nosso novo trabalho reúne várias evidências, sugerindo fortemente que os efeitos foram globais e de longo alcance”, afirma a equipe. “Para investigar o que aconteceu, analisamos as antigas árvores Kauri da Nova Zelândia, que foram preservadas em turfas e outros sedimentos por mais de 40 mil anos.”

“Usando os anéis de crescimento anual das árvores kauri, fomos capazes de criar uma escala de tempo detalhada de como a atmosfera da Terra mudou durante este período. As árvores revelaram um aumento prolongado nos níveis de radiocarbono atmosférico causado pelo colapso do campo magnético da Terra quando os polos mudaram. Isso forneceu uma maneira de vincular com precisão registros amplamente dispersos geograficamente.”

Então, com a escala de tempo recém-criada, os pesquisadores conseguiram mostrar que os cinturões de chuva do Pacífico tropical e os ventos ocidentais do Oceano Antártico mudaram ao mesmo tempo de forma repentina. Isso causou condições áridas em lugares como a Austrália. Portanto, uma variedade de megafauna, como cangurus gigantes, foi extinta.

Modelo climático

“Trabalhando com um programa de computador que simulava interações globais entre a química e o clima, investigamos o impacto de um campo magnético mais fraco e as mudanças na força do Sol.”

“É importante ressaltar que, durante a mudança magnética, a intensidade do campo caiu para menos de 6% do que é hoje. Uma bússola daquela época teria dificuldade em encontrar o norte”. Sem o campo magnético, o planeta perdeu o escudo contra radiação cósmica. Além disso, o Sol passou por vários “grandes mínimos solares” em que a atividade diminuiu consideravelmente, também apresentando estabilidade em inúmeras explosões solares massivas.

Humanos e neandertais viveram esse momento apocalíptico. “Sugerimos que mudanças dramáticas e altos níveis sem precedentes de radiação ultravioleta levaram os primeiros humanos a buscar refúgio em cavernas, o que explica o aparente florescimento repentino da arte rupestre em todo o mundo há 42 mil anos”. Enquanto isso, os neandertais tiveram menos sorte e se foram ao poucos.

Fonte: BBC

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