O povo mais isolado do mundo que mata qualquer um que se aproxime de sua ilha

Com o avanço das tecnologias, o crescimento gradativo das cidades e a modernização das comunicações, pode-se dizer que no planeta Terra não mais existem lugares que o ‘homem civilizado’ nunca passou ou não conhece bem, afinal, com todas a nossas ferramentas e vantagens o globo terrestre se abre amistosamente para nós, certo? Errado!

Estamos tão acostumados com grandes cidades que nunca dormem, tecnologias modernas e ritmos frenéticos urbanos que quando nos deparamos com casos como o que será descrito nesta matéria ficamos em estado de choque. Afinal, quem poderia supor que em pleno 2015 possa existir um lugar completamente isolado do resto do mundo, sem nenhum tipo de vínculo com a modernização e com a chamada “sociedade civilizada”?

É o caso a Ilha Sentinela do Norte, onde habita o povo isolado do mundo que mata qualquer um que se aproxime de sua ilha. Isso mesmo, qualquer pessoa – de qualquer etnia, país ou cultura – que se atrever a pelo se aproximar desse lugar, com certeza será recebido de uma forma bem “calorosa”, com toda hostilidade e tentativas de assassinato que se possa imaginar.

A Ilha Sentinela do Norte se localiza entre Andaman e Nicobar, um grupo de 572 ilhas no Golfo de Bengala, situado entre Mianmar e a Indonésia. A primeira menção histórica ao lugar foi feita no ano de 1717 pelo agrimensor britânico John Ritchie, que observou “uma infinidade de luzes” quando estava a bordo de um navio hidrográfico da Companhia das Índias.

A ilha é considerada atualmente como um dos pontos mais hostis e isolados do mundo, mas não por causa de sua fauna e flora perigosa, mas sim por causa dos habitantes. O motivo? Eles têm o péssimo costume de tentar matar (e de conseguir!) qualquer estrangeiro que seja corajoso o suficiente para se aproximar de seus domínios.

Os nativos, chamados de Sentinelas, tem pele escura e são prováveis descendentes diretos dos primeiros povos a habitar o continente africano. O comportamento desse povo é um mistério para os pesquisadores. Não se sabe que língua falam, como chegaram na ilha ou como são suas moradias. Estima-se que possa haver cerca de 400 Sentinelas na ilha em questão, e estes estão sempre armados de arcos e flechas, lanças e pedras, prontos a defender seu território com toda a ferocidade possível.

Não registros de indivíduos que tenha ido à ilha, explorado e saído de lá com vida, mas relatos de pessoas que por azar ou falta de bom senso acabam chegando à Ilha Sentinela do Norte e tiveram um terrível destino. No ano de 1869 um presidiário de uma penitenciária Britânica do Arquipélago de Andaman fugiu e ficou à deriva no mar por alguns dias. O fugitivo azarado acabou indo parar acidentalmente na ilha, onde foi recebido de forma cruel. Poucos dias depois o seu corpo foi encontrado próximo à praia da ilha, totalmente perfurado com flechas e com a garganta cortada.

Em 2006, dois pescadores que estavam em alto-mar também ficaram à deriva por alguns dias, e para onde as ondas tiveram a maldade de os levar? Sim, essa mesma ilha que você está pensando. O destino dos pescadores você já pode imaginar.

A Índia tem a soberania sobre a região onde está a Ilha Sentinela do Norte, mas é improvável que as pessoas da tribo sequer sonhem que a Índia exista – uma vez que a ilha jamais teve qualquer tipo de contado com a tecnologia ou a sociedade moderna. Depois de várias tentativas fracassadas de fazer contato amigável com esse povo, algo que se repete desde 1964, o governo indiano decidiu isolar a ilha para que ninguém chegue perto, tanto propositalmente como acidentalmente. Para isso o a Marinha Indiana patrulha aquelas águas e existe um limite: a pessoa não pode se aproximar mais do que 3 milhas da costa da ilha.

Como mencionado, 3 milhas é o limite máximo de aproximação do lugar, mas caso você seja corajoso ( e curioso!) o suficiente, pode viajar até Port Blair, a capital das ilhas Andaman, e lá contratar um barqueiro para te levar até próximo a ilha.