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O primeiro carro elétrico do Brasil

Itaipu E400 carro elétrico
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Carros elétricos estão lentamente dominando o mercado, refletindo as tendências de procura por fontes de energia renováveis. Mas, engana-se quem pensar que isso é invenção recente no mundo.

Os carros elétricos começaram a aparecer há muito tempo. O primeiro motor elétrico foi inventado pelo engenheiro húngaro Ányos Jedlik, em 1828. Rumores dizem que Jedlik nem sabia o que fazer com o motor, então ele usou a invenção em um modelo de carro só para se divertir. 

A partir disso, inventores utilizaram de sua tecnologia e da bateria de chumbo ácido. Naturalmente, com mais estudos, as coisas evoluíram até a primeira frota de táxis com motores elétricos surgir em Nova York no ano de 1897, quase 70 anos depois.

Motor elétrico e de combustão

Com a presença do motor elétrico na história automobilística, você deve estar se perguntando o que fez com que fabricantes mudassem para carros a combustão interna. Alguns fatores foram responsáveis por essa troca, entre elas a invenção do motor a combustão, os poços de petróleo no Texas e o fácil abastecimento.

Então, as pessoas estavam mais interessadas em carros a combustão interna, pelo menos até a década de 1950. Nessa época, por conta da alta no preço do petróleo, os carros elétricos ganharam destaque novamente. Assim, mais pesquisas sobre baterias foram realizadas para aprimorar a tecnologia também.

Carros no Brasil

Demorou quase duas décadas para que essa tecnologia chegasse ao Brasil. Em 1969, o engenheiro mecânico e eletricista João Augusto Conrado criou a Gurgel. Mas, a história começou 20 anos antes, quando seu projeto de conclusão da graduação era um carro popular que atendesse às necessidades brasileiras.

Contudo, o seu orientador não apoiou a ideia, dizendo que carro não se fabrica e sim se compra. Mas, Gurgel nunca abandonou a ideia de criar um automóvel. 

Ele começou fazendo karts e modelos infantis e em setembro de 1969, ele conseguiu fazer seu primeiro carro. O automóvel tinha espaço para duas pessoas, pesava 460 quilos e teria o preço atual de 60 mil reais. Só as baterias pesavam 320 quilos!

O primeiro carro elétrico da América Latina

Itaipu E400 carro elétrico

Reprodução

O carro chegava a 50 quilômetros por hora e demorava 10 horas para recarregar por completo, sendo o primeiro carro 100% elétrico não só do Brasil como da América Latina. Quatro anos depois, ele lançou uma espécie de jipe do nome Xavante.

Assim, o modelo foi um dos principais produtos da empresa e o Exército Brasileiro ficou bastante interessado. Havia até uma versão específica para as Forças Armadas. 

Em 1981, Gurgel lançou o Itaipu E400, mas, assim como os protótipos, sofria com a baixa autonomia de percorrer no máximo 80 quilômetros. Ainda assim, foi uma verdadeira evolução para a época.

Contudo, em comparação com os outros carros do mercado, as pessoas não gostaram da autonomia baixa e da longa espera de recarga. A empresa tentou melhorar seus modelos, mas, com o preço da gasolina despencando, os carros elétricos se tornaram cada vez menos atraentes.

Outros modelos elétricos

Mesmo assim, a Gurgel seguiu com outros modelos como o BR 800, o primeiro carro 100% desenvolvido e fabricado no Brasil. Mas, esse modelo também sofreu no mercado por conta da queda da barreira de importação de automóveis na década de 90.

Em pouco tempo, a empresa decretou falência. Com o passar do tempo, as discussões sobre nossas fontes de energia aumentaram e o carro elétrico voltou a ter destaque. Acredita-se que até 2025, teremos 70 milhões de carros elétricos no mundo. Em 2030, 16% da frota global de carros será movida a bateria.

Para que essa produção seja realmente estimulada, diversos lugares planejam proibir a venda de carros movidos a gasolina nos próximos anos. Por exemplo, a Noruega pretende fazer isso em 2025, a Grã-Bretanha em 2030 e algumas cidades da Alemanha já proíbem veículos feitos a diesel desde 2018. 

Para desenvolver carros elétricos que atendam às demandas dos consumidores atuais, é necessário muito investimento em pesquisas. Sendo assim, no Brasil, ainda estamos caminhando enquanto outros países estão correndo. 

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