Curiosidades

O que é ayahuasca, a substância usada em rituais religiosos

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A ayahuasca, também chamada de hoasca ou Daime, é um líquido marrom escuro, obtido por meio de duas plantas: o cipó de Mariri (Banisteriopsis caapi) e as folhas da chacrona (Psychotria viridis). As duas são oriundas da floresta amazônica e são usadas em rituais de comunidades tradicionais. O chá possui efeito enteógeno, que altera a consciência da pessoa que ingere.

A utilização da ayahuasca é legalizada e regulada no Brasil desde 2004, porém é permitida somente  em rituais religiosos. A resolução número 5 do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD) “reconhece a legitimidade, juridicamente, do uso religioso da ayahuasca”.

Quem bebe o chá pode vomitar ou até entrar em estado de meditação. As reações mudam de acordo com cada organismo. Para os fiéis, o uso do chá é para a conexão com o divino e consciência plena.

Além disso, é possível destacar que a ayahuasca não é uma droga, mas sim uma erva medicinal usada em rituais religiosos sincréticos. O ritual une ícones do xamanismo indígena, do kardecismo, do catolicismo, da umbanda e de religiões orientais.

Na linguagem indígena quíchua, aya significa espírito e huasca significa vinho ou chá. Os métodos de preparo mudam de acordo com cada grupo, podendo ser consumido como chá quente ou com folhas amassadas com água fina, após ficarem em repouso por 24 horas.

Proibida a mistura com drogas ilícitas

Foto: Brian Van Tighem / Alamy Stock Photo

A utilização de drogas sintéticas, como ecstasy ou LSD, vai contra a cultura tradicional ayahuasqueira, uma vez que as comunidades que utilizam o chá para fim religioso a tratam como a planta “mestra” e defendem o culto à natureza. Em muitas comunidades, até mesmo o uso do álcool altera a consciência. Por isso, um documento, de 2010, estabelece regras para o uso do chá.

“Devem-se evitar práticas que possam pôr em risco a legitimidade do uso religioso tradicionalmente reconhecido e protegido pelo Estado brasileiro, incluindo-se aí o uso da Ayahuasca associado a substâncias psicoativas ilícitas ou fora do ambiente ritualístico.”

Na utilização religiosa da ayahuasca, é indicado que as pessoas passem por um preparo antes do ritual. Entre as coisas pedidas, está evitar sexo, álcool e outras drogas, além de aforar dieta específica que varia de cada comunidade. Depois do ritual, é orientado repouso, para completar a reflexão subjetiva, objetivo do ritual.

Experiência com a ayahuasca 

Foto: Hypeness

O jornalista do Hypeness, Daniel Boa Nova, relatou em 2015 a experiência com o ayahuasca. Para ele, no lugar de deixar a pessoa inconsciente, o que o ritual faz é ampliar a percepção e capacidade de autoanálise, tornando possível o acesso a níveis psíquicos subconscientes, ação semelhante à de uma meditação profunda.

Daniel viveu a experiência com o grupo Terra. Ele afirma que para a preparação, precisou ficar sem comer carne, ingerir bebidas alcoólicas e sem ter relações sexuais nos dias anteriores.

Além disso, no dia do ritual, foi informado algumas coisas básicas, como a localização dos banheiros e sobre o exercício de meditação que será usado. Também é pedido que informem caso seja a primeira vez tomando o chá. Após isso, as luzes são reduzidas e as pessoas formam fila para tomar a bebida.

Todos se deitam em esteiras e esperam o momento chegar. O jornalista Daniel Boa Nova diz ter relembrado momentos do passado que achava que tinha deletado da memória, como se estivesse dando voltas nas lembranças antigas.

Também viu cenas em que caminha pela praia e logo em seguida está no topo da montanha, enquanto escuta outro participante lendo textos. 

Daniel relata que um participante ao seu lado passou mal e foi ajudado pelos especialistas. Ainda nesse mesmo momento, outras pessoas estavam praticando ioga, desenhavam com as mãos no ar e ficavam em posição fetal.

O ritual é conduzido pela música clássica, que ajuda a deixar o corpo relaxado. A cerimônia é finalizada em uma grande roda onde todos podem contar, se quiserem, a experiência pessoal.

 Fonte: O Globo, Hypeness

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