Os buracos negros são uma das coisas mais estranhas e interessantes do universo, e quase sempre relacionado com o espaço. No entanto, estudos recentes mostram que os oceanos estão formando seus próprios “buracos negros” e eles tem um papel importante. Na realidade, eles são chamados de vórtices oceânicos, que são redemoinhos circulares de água desprendidos de grandes correntes marítimas, e são essenciais para transportar matéria e energia nos oceanos.
Também chamados de eddies, em inglês, os vórtices oceânicos tem um funcionamento parecido com o de buracos negros com relação à retenção de materiais dentro dos seus limites bem definidos.
Esses fenômeno é formado a partir de instabilidades em correntes principais, como a Corrente do Golfo, no Hemisfério Norte, ou a Corrente de Humboldt, no Pacífico Sul, que podem ser formadas por conta de alguns fatores, como por exemplo, mudanças na temperatura e salinidade da água, influência de ventos ou da rotação da Terra, por meio do efeito Coriolis.
Existem dois tipos de vórtices oceânicos principais. São eles: os anticiclônicos, que giram no sentido horário no Hemisfério Norte e anti-horário no Hemisfério Sul e, normalmente, levam águas mais quentes para as camadas inferiores; e os ciclônicos, girando no sentido oposto e levando as águas frias de profundidade para a superfície.
Através desses “buracos negros” nos oceanos acontecem as trocas verticais de calor e nutrientes, tendo resultado direto na produtividade biológica e as condições físico-químicas dos oceanos.
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A origem do conceito de vórtices oceânicos data do século XX com observações por satélites e boias oceanográficas que foram capazes de identificar essas estruturas circulares independentes derivadas das correntes marítimas.
Com o avanço da tecnologia, a observação deles pode ser mais profunda, o que aumenta o entendimento a respeito da dinâmica de transporte desses “buracos negros” dos oceanos.
A comparação entre os vórtices oceânicos e buracos negros vem das análises matemáticas de fluxo porque os dois tem fronteiras bem definidas, dentro das quais os elementos que entram tendem a ficar durante muito tempo. Além disso, pesquisadores do Swiss Federal Institute of Technology e da University of Miami, disseram que identificar os “limites geográficos” de um vórtice se compara à localizá-los em um buraco negro.
Estudar esses buracos negros dos oceanos é importante por conta do impacto deles com relação ao carbono, produtividade primária dos oceanos e na formação de eventos extremos.
Fonte: O cafezinho
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