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Pessoas mal-humoradas e bagunceiras têm mais risco de demência

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A demência é uma das doenças que pode se desenvolver na velhice. Há várias formas de demência, já que o nome é um termo genérico para um conjunto de sintomas causados por distúrbios cerebrais. Em termos gerais, ela é uma doença que rouba as memórias de quem a tem. Com isso, as pessoas ficam confusas, isoladas e solitárias.

Por isso que entender como essa doença funciona e quais pessoas podem ser mais propensas a desenvolvê-la pode ser uma grande ajuda em sua prevenção. Nesse ponto, um estudo da Associação Americana de Psicologia mostrou que pessoas mal-humoradas e bagunceiras têm um risco maior de desenvolver demência na velhice. Enquanto isso, as pessoas organizadas e disciplinadas têm um risco menor de desenvolver a doença à medida que envelhecem.

Esse estudo analisou dados de 1.954 participantes idosos que vivem na região metropolitana de Chicago. Então, a pesquisadora Tomiko Yoneda, da Universidade de Victoria, no Canadá, focou no papel de três características das pessoas que permanecem até a velhice. Foram elas: a consciência, o neuroticismo, ou tendência a comportamentos neuróticos e nervosos, e a extroversão.

“Os traços da personalidade refletem padrões de pensamento e comportamento relativamente prolongados, que podem afetar cumulativamente o envolvimento em comportamentos e padrões de pensamento saudáveis ​​e não saudáveis ​​​​ao longo da vida”, explicou Yoneda.

“O acúmulo de experiências ao longo da vida pode contribuir para a suscetibilidade de doenças ou distúrbios específicos, como comprometimento cognitivo leve, ou contribuir para diferenças individuais na capacidade de suportar alterações neurológicas relacionadas à idade”, continuou.

Estudo

R7

Os voluntários do estudo não tinham um diagnóstico formal de demência. Eles foram escolhidos nas comunidades de aposentados, em grupos religiosos e instalações de habitação para idosos. E os participantes escolhidos são acompanhados desde 1997.

Desde então, eles passam por avaliações anuais para testar suas habilidades cognitivas. Aqueles que conseguiram uma pontuação alta em consciência tendem a ser pessoas responsáveis, organizadas, trabalhadoras e direcionadas a objetivos.

Enquanto isso, as pessoas que pontuaram alto em comportamentos neuróticos tendem a ser as que têm baixa estabilidade emocional e tendem a mudanças de humor, ansiedade, depressão, insegurança e outros sentimentos negativos.

Visto isso, aqueles que tiveram um bom desempenho em consciência ou um baixo desempenho em neuroticismo eram significamente menos prováveis a ter uma progressão de um quadro de cognição normal para o quadro de demência leve.

Traços de personalidade

CRE Alzheimer

Embora o estudo não tenha relacionado o desenvolvimento de demência leve com as pessoas extrovertidas, elas tinham uma tendência de manter o funcionamento cognitivo normal durante mais tempo do que os outros.

Segundo Yondea, era estimado que os participantes de 80 anos com um alto nível de consciência vivessem quase dois anos a mais sem um comprometimento cognitivo quando comparados aos que tinham um nível baixo de consciência. E os participantes extrovertidos ficariam cerca de um ano a mais com a cognição saudável.

Em contrapartida, o neuroticismo alto foi relacionado com, pelo menos, um ano a menos de funcionamento cognitivo saudável, além de também terem sido destacados os danos relacionados com a experiência de longo prazo de estresse e instabilidade emocional.

Demência

Acuidas

Outro ponto descoberto no estudo foi que as  pessoas menos neuróticas e mais extrovertidas são mais propensas a recuperar a função cognitiva normal depois de terem sido diagnosticadas previamente com demência leve. Isso sugere que esses traços de personalidade podem funcionar como protetores mesmo depois da progressão para a demência.

No entanto, também se sabe que a demência é uma condição multifatorial. Por conta disso, ela não depende somente do comportamento de uma pessoa durante sua vida. Alguns problemas de saúde, especialmente os cardiovasculares, têm um impacto significativo em seu desenvolvimento.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje em dia, 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo todo. Dessas, entre 60 e 70% também tem Alzheimer.

Além disso, com a população envelhecendo, estima-se que a demência possa atingir 78 milhões de pessoas em oito anos e 139 milhões até 2050.

Fonte: R7

Imagens: R7, CRE Alzheimer, Acuidas

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