Depois do fim da turnê do Genesis, Phil Collins disse que este seria o último show do grupo, em que era vocalista e baterista.
“É o último dia da turnê e o último show do Genesis. Estou emocionado porque vocês ainda vieram nos assistir. Agora vou ter que arrumar um emprego sério”, disse o músico, durante show na Inglaterra no sábado, 26 de março.
O cantor inglês de 71 anos não comentou se continuará fazendo shows como solista.
Por que Phil Collins fica sentado durante os shows?
Desde 1999, os problemas de coluna de Collins se agravaram e, por isso, ele precisou parar de tocar bateria, instrumento com o qual começou a vida artística, no Genesis.
O cantor já passou por cirurgia para reparar uma vértebra deslocada em seu pescoço. Além disso, possui dificuldade de andar e perdeu parte da sensibilidade nos dedos.
Por causa disso, foi substituído pelo filho, Nic Collins, de 20 anos, nos últimos shows.
“Fim de uma era”
“Hoje marca o fim de uma era. Ter testemunhado este último show foi a memória de uma vida e um evento que guardarei no meu coração para sempre. Estou grata para sempre”, publicou Lily Collins, filha de Phil, no Instagram. “Após 50 anos de músicas, ainda há mais gerações para te celebrar bem depois desta turnê ter acabado.”
Ver essa foto no Instagram
A turnê “The Last Domino?” foi o grande retorno do Genesis depois de 14 anos de hiato. Além de Phil Collins, a formação atual do grupo contava com o tecladista Tony Banks e o guitarrista Mike Rutherford.
Phil Collins teve pancreatite aguda
Além dos problemas de coluna, a saúde do cantor ficou mais frágil nos últimos 15 dias, quando teve pancreatite aguda, uma inflamação no pâncreas, um órgão do trato digestório, que fica atrás do estômago, próximo das alças intestinais. O pâncreas é responsável pela produção de hormônios como insulina e pancreatina, e enzimas que digerem a comida.
“A causa mais comum da pancreatite é a pedra na vesícula. Essa pedrinha sai da vesícula e passa por um canal em comum do pâncreas e da bile, e acaba inflamando a saída desse canal e obstrui a drenagem da secreção do pâncreas. Em mais de 70% dos casos, a pancreatite ocorre pela migração da pedra na vesícula (colelitíase)”, explicou Simone Reges Perales, cirurgiã do aparelho digestivo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para o UOL.
Além da pedra na vesícula, a inflamação do pâncreas pode ser causada pelo excesso de álcool e fatores como:
- Hipertrigliceridemia;
- Pancreatite autoimune;
- Uso de determinados medicamentos (ácido valproico, inibidores de conversão da angiotensina, mesalazina, azatioprina, 6-mercaptopurina etc.);
- Traumas;
- Infecções virais (caxumba, hepatite B, citomegalovírus, covid-19 etc.);
- Genética;
- Exposição a toxinas e tabaco;
- Doenças vasculares (isquemia pancreática);
- Causas idiopáticas (a origem não pode ser identificada);
- Comorbidades (obesidade e diabetes).
Especialistas apontam que os principais sintomas da pancreatite aguda são dores abdominais, febre, olho amarelado, pressão baixa, náuseas, vômito e mal-estar generalizado.
Como é realizado o tratamento?
Na maioria dos casos, o tratamento é realizado com o suporte clínico, o paciente precisa ficar internado em jejum, se alimentando apenas por sonda ou dieta na veia (parenteral), ingerindo antibióticos e descansando.
“Nesses casos, em um segundo momento, a gente opera, mas não o pâncreas, opera a vesícula, faz a retirada da vesícula biliar, que é a colecistectomia”, explica Perales. Porém, nos casos de necrose do pâncreas, é preciso fazer cirurgia.
“Apenas 20% ou 30% dos pacientes evoluem para uma pancreatite aguda grave. O pâncreas, nesse caso, pode ter uma necrose do tecido e o médico precisa operar para retirar um pouco do tecido inflamado e necrosado no abdômen. Esse paciente precisa de UTI e é um caso relativamente grave – a mortalidade gira em torno de 5% a 12% desses casos”, informa Henrique Perobelli, gastroenterologista e coloproctologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O médico acrescenta que é muito comum precisar realizar novas intervenções cirúrgicas, apesar disso, o paciente possui grandes chances de se recuperar 100%. “Mas é uma das doenças mais graves do aparelho digestivo”, destaca Perobelli.