Pinturas encontradas na Amazônia são apelidadas como Capela Sistina dos Ancestrais

Avatar for Arthur PortoArthur PortoCuriosidadesdezembro 10, 20201K Visualizações

Recentemente, arqueólogos descobriram na selva colombiana dezenas de pinturas antigas. Os especialistas estimam que as pinturas tenham cerca 12.500 anos. As representações pré-históricas, que foram encontradas adornando as faces de inúmeros penhascos, são registros de animais da Era do Gelo e figuras humanas.

De acordo com o Daily Mail, os arqueólogos ficaram surpresos ao encontrar também incontáveis ​​impressões de mãos humanas no local. Financiada pelo Conselho Europeu de Pesquisa, a equipe anglo-colombiana de arqueólogos não tinha ideia do que poderiam encontrar no Parque Nacional Chiribiquete, durante a expedição.

As pinturas

Para os envolvidos no trabalho, as imagens mais emocionantes são as pinturas de mastodontes e paleolhamas, parentes pré-históricos das lhamas. Outras pinturas, que chamaram bastante a atenção dos paleontólogos, representavam preguiças gigantes e cavalos.

Os especialistas acreditam que os registros foram feitos por alguns dos primeiros humanos que chegaram na Amazônia. A descoberta, segundo reportagem publicada pelo The Guardian, foi apelidada como a “Capela Sistina dos Ancestrais”.

Com base na escala e na abundância de pinturas, os especialistas dizem que uma análise adequada do material pode demorar anos. As pinturas e todos os demais registros foram descobertas no ano passado, no entanto, todo o material foi mantido em segredo para a produção de um documentário, que será exibido por uma rede de televisão da Grã-Bretanha.

“Quando estivemos lá, nossas emoções fluiam… Afinal, estamos falando de dezenas de milhares de pinturas”, disse o arqueólogo José Iriarte, professor de arqueologia da Universidade de Exeter. “Vai levar anos para registrar e analisar tudo… Cada vez cataloga uma representação, novas pinturas se revelavam em meio às rochas”.

O local onde as pinturas foram encontradas é tão remoto que os especialistas levaram duas horas de carro do Parque Nacional Chiribiquete até a Serranía de la Lindosa. Além disso, para completar a jornada, foram preciso mais quatro horas de caminhada.

Em meio à Amazônia

Os antigos nativos da Amazônia não mantinham registros. Devido ao clima úmido e altos níveis de ácido presentes no solo, quase todos os traços de sua presença tornaram-se tangíveis ou foram perdidos. A maior parte da história da região, antes de 1500, foi inferida por meio do artesanato e da produção de armas, como, por exemplo, flechas.

Acredita-se que a maioria das tribos nativas da Amazônia descendem do primeiro grupo pré-histórico de migrantes a cruzar a ponte de Bering. Estima-se que a transição desses povos ocorreu a cerca de 17.000 anos. A descoberta das pinturas em meio as faces dos penhascos, portanto, irá fornecer novas informações sobre vários aspectos.

“Começamos a ver animais extintos”, disse Iriarte. “As pinturas são tão naturais e tão bem feitas que temos poucas dúvidas sobre os animais que foram representados. Por meio delas, é possível perceber, por exemplo, que o cavalo da Era do Gelo tinha um rosto selvagem e pesado. É tão detalhado que podemos até ver a crina. É fascinante”.

Os especialistas acreditam que as pinturas podem ter sido feitas pelas tribos Yanomami e Kayapó, embora ainda não esteja exatamente claro qual é a responsável. Além disso, encontrar esses ‘achados’ foi um enorme desafio para Iriarte e sua equipe.

Os fatores mais hostis da região, como, por exemplo, cobras e aranhas venenosas e outros predadores, tornaram a expedição ainda mais difícil.

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