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Por que em breve você poderá ter um gêmeo digital? E para que serve?

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Com o avanço da tecnologia, nosso mundo agora também existe virtualmente. Tudo está sendo “digitalizado”. Não por acaso, o chamado metaverso está extremamente em foco. Ele é um mundo virtual e digital habitado por avatares representando pessoas reais. É nele que o gêmeo digital vem para se tornar uma das novas tendências tecnológicas.

Um gêmeo digital nada mais é do que uma réplica exata de alguma coisa do mundo físico, mas que tem um missão única: ajudar a melhorar ou, de alguma outra forma, fornecer feedback à versão da vida real.

A princípio, esses gêmeos digitais eram somente modelos de computador em 3D sofisticados. Contudo, com a inteligência virtual junto com a internet das coisas, agora é possível que a pessoa construa alguma coisa digitalmente que estará aprendendo e ajudando a melhorar a inspiração real de forma constante.

Gêmeo digital

BBC

Na visão do analista de tecnologia Rob Enderle, as primeiras versões dos gêmeos digitais humanos pensantes já estarão disponíveis antes do fim da década.

“O surgimento deles exigirá uma enorme quantidade de ponderações e considerações éticas, porque uma réplica pensante de nós mesmos pode ser incrivelmente útil para empregadores. O que acontece se sua empresa criar um gêmeo digital de você e disser ‘ei, você tem esse gêmeo digital para quem não pagamos salário, então por que ainda pagamos você?'”, disse ele.

Para o analista, o ponto a respeito de quem é o dono desse gêmeo digital irá ser uma das questões que irão definir a iminente era do metaverso.

O mundo já começou a sua jornada na direção à criação dos gêmeos com os avatares. No entanto, hoje em dia, eles ainda são bem primitivos. Um exemplo disso são os avatares na Horizon Worlds. As pessoas conseguem dar ao avatar um rosto parecido com o delas, mas não podem dar pernas porque a tecnologia ainda está nos seus estágios iniciais.

Esse apelo da criação de um gêmeo digital a partir de humanos é entendido pela professora Sandra Wachter, pesquisadora sênior em Inteligência Artificial (IA) da Universidade de Oxford.

“É uma reminiscência de romances de ficção científica emocionantes e, no momento, esse é o estágio em que ele está. Se alguém for bem sucedido na faculdade de direito, ficar doente ou cometer um crime, dependerá da ainda debatida questão ‘natureza versus criação’. Vai depender de boa sorte e má sorte, amigos, família, seu contexto socioeconômico e ambiente e, claro, suas escolhas pessoais”, pontuou ela.

Mesmo assim, ela ressalta que a inteligência artificial não é boa em prever esses “eventos sociais únicos, devido à sua complexidade inerente. E assim, temos um longo caminho a percorrer até que possamos entender e modelar a vida de uma pessoa do começo ao fim, assumindo que isso seja possível”.

Usos

BBC

Por conta disso que o gêmeo digital é mais sofisticado e extenso nas áreas de design de produto, distribuição e planejamento urbano. Por exemplo, as equipes McLaren e Red Bull usam gêmeos digitais de seus carros de corrida de Fórmula 1.

Além dessas empresas, cada vez mais as cidades estão sendo replicadas no mundo digital. Xangai e Singapura têm gêmeos digitais que foram criados para ajudar na melhoria do design e das operações de prédios, sistemas de transporte e ruas.

De acordo com a Dassault Systemes, empresa francesa de software, milhares de companhias estão interessadas em sua tecnologia de gêmeos digitais. E até o momento a empresa criou gêmeos digitais para uma empresa de cuidados com os cabelos. Ela os usou para ajudar a projetar digitalmente frascos de shampoo mais sustentáveis, o que reduz o desperdício de produzi-los no mundo real.

Mais usado

GE reports Brasil

Embora um gêmeo digital tenha vários usos, é na área da saúde que se pode ver o valor real dele. Como por exemplo, a Dassault Systemes com o seu projeto Living Heart.

Nele, a empresa criou um modelo virtual preciso do coração humano que pode ser testado e analisado. Isso dá aos cirurgiões a possibilidade de simular e experimentar vários cenários e situações com o órgão.

Os planos da empresa são criar mais gêmeos de órgãos digitais, incluindo o olho e até o cérebro.

“Em algum momento, todos teremos um gêmeo digital, para que você possa ir ao médico e consiga cada vez mais fazer uma medicina preventiva e garantir que cada tratamento seja personalizado”, disse Severine Trouillet, diretora de assuntos globais da Dassault Systemes.

Fonte: BBC

Imagens: BBC, GE reports Brasil

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