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Por que tantos brasileiros estão se mudando para a Irlanda?

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Há um tempo, dificilmente a Irlanda seria um destino de um brasileiro que está se mudando para outro país. Porém, nos últimos tempos, essa realidade tem mudado. Agora, um Brasil fora do Brasil está se desenhando em território irlandês.

De acordo com um censo local, em 2016, 13 mil brasileiros viviam em cidades como Dublin, Limerick e Bray. Hoje, o número chega a 70 mil pessoas que escolhem a Irlanda para chamar de lar. Os motivos que explicam esse fluxo passam por aquecimento no mercado de trabalho, integração com a Europa e facilidade em se regularizar.

Fonte: Getty Images

Mercado de trabalho em alta

Basicamente, os empregos irlandeses pagam o terceiro maior salário mínimo da Europa. Ou seja, para cada hora trabalhada, o indivíduo recebe no mínimo 10,50 euros, o que corresponde a 55 reais. Por outro lado, tomando de referência o salário base do Brasil, aqui a hora de trabalho em uma jornada de 40 horas vale 5,51 reais.

Em pesquisa empenhada por Edu Giasante, brasileiro que mora em Dublin, a maioria da comunidade de imigrantes se forma por pessoas entre 26 e 35 anos de idade, sem filhos. De acordo com o pesquisador, isso se justifica pela busca de cargos em gigantes tecnológicas com instalações no país: Google, Facebook, Linkedin e Microsoft.

Todavia, quem mais recepciona nossos conterrâneos é o ramo de hotelaria e serviço. Em suma, a economia da Irlanda se encontra em franco aquecimento, o que atrai pessoas do mundo todo e fornece aos irlandeses a possibilidade de investirem mais em lazer.

Fonte: Pixabay

Ainda sem muito contatos dentro do novo país, os brasileiros recém-chegados se aventuram em aplicativo de delivery. Essa alternativa atrai muitos estudantes, já que assim eles conseguem organizar seus horários de trabalho com mais eficiência.

Em um levantamento de Edu Giasante para o portal E-Dublin, 39% das pessoas entrevistadas conseguiram trabalho em um mês ou menos na Irlanda. Outros 37% se ocuparam dentro de um prazo de três meses.

Além disso, o desempenho das funções se faz usando o inglês na comunicação. Isso surge como uma alternativa muito melhor do que ir para outros países da Europa com idiomas menos usuais como italiano, francês ou croata.

Para quem não sabe se expressar na língua inglesa, o acesso a aulas acontece com maior facilidade na Irlanda. A oferta de cursos é enorme, o que acaba barateando as mensalidades. 

Regularização e integração com a Europa

Por falar em educação, quem quer se aperfeiçoar na Irlanda encontra uma legislação imigratória que incentiva a ida do estudante ao país. Em síntese, você pode tirar seu visto depois de chegar na terra de São Patrício. Para isso, o imigrante precisa comprovar a inscrição em um curso com duração mínima de 25 semanas, além de apresentar uma reserva financeira de no mínimo 3 mil euros (16 mil reais).

Fonte: Ekaterina Belinskaya

Assim que o visto expira, há uma série de dispositivos legais que te permitem continuar trabalhando no país. Isso se deve ao fato dos próprios irlandeses estarem saindo para outras nações, o que gera um vácuo de mão-de-obra muito bem ocupado pelos brasileiros.

Fora a ponte aérea Brasil-Irlanda, há também um fluxo de conterrâneos nossos chegando às terras irlandesas a partir de outros países da Europa, em especial da Inglaterra. Devido à saída do Reino Unido da União Europeia, as barreiras alfandegárias têm gerado problemas no ciclo de mercadorias da ilha. Dessa forma, muitas empresas preferem retirar seus negócios do local.

Além disso, não há mais integração entre Reino Unido e Europa. Logo, os brasileiros que moram em países como a Inglaterra se sentem presos, preferindo assim, ir para a Irlanda.

Edu Giasante descreve bem essa nova realidade que ele observa desde 2008: “Para os estudantes não é atrativo viver em um país que não tem vínculos com a União Europeia e de onde é mais difícil viajar”.

Fonte: G1

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