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Vespas-asiáticas geram preocupações no Reino Unido

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A presença de vespas-asiáticas em Guernsey, uma ilha no Canal da Mancha que pertence ao Reino Unido, está gerando preocupações nas autoridades locais e em especialistas.

O motivo da atenção é que cada um desses insetos consegue comer até 50 abelhas por dia, representando um risco para o meio ambiente. Além disso, uma única picada da vespa-asiática pode matar uma pessoa alérgica.

Francis Russell, coordenador de um projeto de vespas-asiáticas, disse em entrevista ao tabloide Mirror que a invasão dos insetos começou em 19 de abril, quando o primeiro espécime foi localizado. 

Uma outra vespa foi capturada por uma armadilha em um jardim na ilha, na última quinta-feira (21). Já nesta semana, uma terceira foi encontrada morta na beira de uma estrada.

Russell afirma que antes desse ano havia um padrão para o aparecimento da espécie invasora no Reino Unido. Por isso, o especialista pede aos moradores da região que fiquem atentos para ajudar no monitoramento da situação. O objetivo é impedir que o inseto chegue à parte continental do país. 

A gravidade da situação

Foto: Ilustrativa/ Twitter/ @JAPTHECAT

Os especialistas estão otimistas que a situação não ficará mais grave. Como as vespas-asiáticas foram encontradas no final da primavera, pode indicar que a espécie veio de outros países e que não estava vivendo na ilha por um longo período.

“Achamos que elas estão vindo da França. O vento deve ser do nordeste até a próxima semana”, afirma Russell. “Nós tendemos a encontrar vespas-asiáticas durante os ventos do nordeste ou logo depois. Acho que esse é o começo. Acho que mais serão encontradas”, acrescentou.

Um projeto em Guernsey espalhou mais de 260 armadilhas nas últimas semanas para capturar as vespas antes delas conseguirem fazer ninhos. Outro objetivo é aumentar o número de abelhas-rainhas na região até a chegada do verão no hemisfério norte.

Vespa-asiática entrou em Portugal há 11 anos e ninguém conseguiu lhe parar

Foto: Alex Bartok / Flickr

Uma outra vespa-asiática, sem ser uma das que estão na Inglaterra, entrou em Portugal pelo Alto Minho, há 11 anos, e alastrou-se pelo país. Essa invasão tem impacto na apicultura e fruticultura, além de efeitos desconhecidos na biodiversidade e na saúde pública.

“Na apicultura, sabemos o que estamos a perder. Mas não sabemos nada sobre o impacto na biodiversidade e saúde pública da região. Se nada for feito, rapidamente a destruição de fauna e flora pode ser irrecuperável”, afirmou à Lusa o presidente da Associação Apícola de Entre-Minho e Lima (APIMIL), Alberto Dias.

A espécie é natural das regiões tropicais e subtropicais do Norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia. De acordo com Alberto Dias, não se consegue eliminar as vespas-asiáticas, “mas pelo menos reduzir o número de exemplares e tentar ‘confinar’ a praga a determinados locais”.

Para o presidente da APIMIL, a preservação da biodiversidade e a defesa da saúde pública são “fundamentais”. Por isso, deve ser uma prioridade na solução para encontrar e tratar a praga.

Os polinizadores naturais

Foto: Juan Barreto/AFP

O impacto na biodiversidade ainda é desconhecido “por não existirem estudos”, mas os apicultores “percebem o desaparecimento de insetos, os polinizadores naturais, que garantem a variedade de plantas da região”.

“Cada ninho de vespa-asiática, quando começa a crescer, a partir de Junho, atinge o tamanho de uma bola de futebol. Até Outubro, os vespeiros chegam a ter uma dimensão de mais de um metro de altura e 80 centímetros de largura. É uma espécie de barril de 100 mil litros de vinho”, acrescentou.

Nesse momento, os ninhos chegam a ter mais de 17 mil vespas-asiáticas que precisam de comer, por dia, entre 700 gramas e um quilo de abelhas que produzem mel.

“Sendo predadora, a vespa-asiática não escolhe o inseto A ou B. Quando crescer, vai alimentar-se a sério. Que tipo de flora vai ou está desaparecendo sem a polinização por esses insetos?”, perguntou. 

O especialista apontou como exemplo a “flora variada e rica” da Serra d’Arga.  “Existem na Serra d’Arga espécies de plantas que não existem em mais lugar nenhum. É preciso preservar.”

Fonte: R7, Público

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