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Por que The Witcher não deveria tentar se tornar a nova Game of Thrones?

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Em dezembro, a Netflix fez mais um investimento em conteúdo original. A gigante do streaming aproveitou a deixa, ocasionada pelo fim de Game of Thrones, o grande sucesso da TV, para apresentar uma série de fantasia medieval suplente. Ao passo que a produção da HBO serve como referência, não apenas para programas do gênero, mas para seriados em geral, a plataforma assumiu um grande risco. Desde o começo, The Witcher, adaptação das séries homônimas de livros e games, foi vendida como a próxima GOT. Embora o serviço de streaming não tenha usado esse termo em seu marketing oficial, todos sabíamos do que essa nova aposta se tratava.

Sendo assim, não foi estranho quando – após o lançamento da primeira leva de episódios da série – vimos os críticos comparando ambas as produções. Na verdade, isso já vinha acontecendo antes mesmo da estreia da primeira temporada. Através dos teasers e trailers liberados, a expectativa do público era detalhadamente construída. Assim, não demorou para que as cenas de luta de The Witcher fossem comparadas àquelas vistas na adaptação de D&D. Coincidentemente, mais tarde, descobrimos que a conexão entre os confrontos coreografados das séries é mais direta do que imaginávamos.

Contudo, isso não foi suficiente para elevar The Witcher ao patamar de Game of Thrones e, acredite se quiser, isso é uma coisa boa. Como muito bem pontuado por Sarah Bea Milner, do Screen Rant, “a incapacidade de The Witcher de replicar a fórmula do juggernaut da HBO é realmente uma força”, afinal, a adaptação da obra de Andrzej Sapkowski “está no seu melhor quando abraça completamente sua raízes de fantasia”. Através disso, deixamos de pensar nas tentativas módicas de alcançar GOT e nos atentamos ao verdadeiro diferencial de The Witcher, onde também jaz seu real potencial.

As diferenças entre ambas as séries

Pra começar, a contrário de Game of Thrones, The Witcher tem um número limitado de protagonistas: Geralt, Yennefer e Ciri. Embora o bruxo seja o elo principal, sem dúvidas, é Yennerfer quem rouba a cena. Ademais, apesar de existirem momentos em que a série mergulha nas épicas cenas de batalhas, intrigas políticas e contemplações masculinas, elementos característicos de Game of Thrones, a produção da Netflix é incapaz de retratar esses recursos com a mesma elegância de GOT. No entanto, a série estrelada por Henry Cavill inova em algumas características autênticas. Por exemplo, apesar de ter contado com inúmeras participações de músicos, nenhuma canção de GOT alcançou a mesma proporção que Toss a Coin to Your Witcher. Aliás, apesar de contar com alguns alívios cômicos, a série da HBO não tem nenhum personagem equivalente ao popular Jaskier.

Visto que The Witcher não possui duas coisas essenciais para a aclamação de Game of Thrones – orçamento massivo e material de origem complexo – é impossível que as séries disputem na mesma categoria. Aliás, quando falamos da escrita de Sapkowski, não é em tom diminutivo. A questão é que a narrativa do autor polonês é totalmente diferente obra de George R.R. Martin. Ao passo que ambas tem como cenário um mundo medieval fantasioso, é comum vermos elas sendo comparadas sob os mesmos critérios. Todavia, The Witcher não busca o tom realista de As Crônicas de Gelo e Fogo. Na verdade, Sapkowski explora ao máximo a ambientação fantasiosa. Como resultado disso, vemos um Continente rico povoado por elfos, anões e outras criaturas mágicas.

Por que há distanciamento de Game of Thrones é o maior trunfo de The Witcher?

Ademais, independente de sua origem material, The Witcher já chega em um cenário dominado por GOT. No decorrer dos últimos oito anos, a série da HBO dominou a indústria televisiva e marcou a cultura pop. Sendo assim, seria injusto utilizar os mesmos critérios como base para compará-las. No entanto, o trunfo de The Witcher é justamente se distanciar de Game of Thrones. Se pararmos para analisar o cenário atual, encontramos diversas produções de fantasia medieval. Isso pode acabar provocando a saturação do gênero diante da audiência. Inclusive, House of the Dragon já vem vindo por aí, para retomar o trono de sua antecessora.

Portanto, a exploração de magia e criaturas fantásticas, além de todo um retrato divertido, são o brilho de The Witcher. Mesmo sem o mesmo orçamento e galhardia narrativa de Game of Thrones, a aposta da Netflix se garante com cenas de ação bem coreografadas, variedades de elementos fantásticos e representatividade feminina. Logo, vale a pena considerar que, apesar das semelhanças, o Continente e Westeros são universos que possem suas próprias peculiaridades.

A segunda temporada de The Witcher já foi confirmada para 2021. Além disso, a criadora da série garantiu que tem em mente sete temporadas para a produção. E então, ansioso para o que está por vir? Compartilhe sua opinião com a gente.

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