Desde os primórdios da humanidade, o ser humano é fascinado pelo seu próprio fim. Não é à toa que histórias que exploram o fim do mundo fazem tanto sucesso na ficção. São vários os livros que debatem a destruição do planeta. Todos se lembram de “O Dia Depois de Amanhã” ou “2012”. Ou seja, a cultura pop está sempre retratando o tema.
Todos nós sabemos que, em algum momento, o mundo em que vivemos vai acabar. Tanto que, o que não faltam, são previsões para o fim. Até hoje, já foram várias, mas a mais impactante foi a de que o mundo acabaria em 2012. O que, obviamente, não aconteceu, apesar de ter colocado medo em muita gente.
Com tudo o que está acontecendo no planeta, imaginar o fim dele nem parece mais algo tão irreal e improvável de acontecer. Ou então, o mundo pode continuar existindo, mas o que vai acabar seremos nós, a nossa civilização.
Colapso
Nossa sociedade está a caminho de um colapso nas próximas duas décadas. Isso é, se não acontecer uma mudança drástica nas prioridades globais. O mais chocante de tudo é que essa previsão foi feita em um relatório dos anos 1970.
Nesse documento, que foi publicado no livro “The Limits to Growth” em 1972, a equipe de cientistas do MIT disse que a civilização industrial estava fadada ao colapso se as corporações e os governos mantivessem a busca por um crescimento econômico contínuo sem se importar com os custos que isso teria.
Eles previram 12 cenários possíveis para o futuro. A maior parte deles tinha um ponto em que os recursos naturais se tornariam tão escassos que o crescimento econômico seria impossível. Além disso, o bem-estar das pessoas também despencaria.
Dentre essas previsões, o cenário mais catastrófico é o chamado Business as Usual (BAU). Ele previu que o crescimento econômico mundial iria atingir seu pico por volta de 2040 e então iria sofrer uma queda acentuada. E essa redução também aconteceria com a população do mundo todo por conta da disponibilidade, ou falta, de alimentos e recursos naturais.
Possibilidades
Contudo, esse colapso iminente não seria o fim da raça humana, mas sim um ponto de viragem social. Ele veria os padrões de vida cair no mundo todo durante décadas.
Qual seria a perspectiva para a sociedade agora depois de quase meio século? Para responder esse questionamento, Gaya Herrington, pesquisador de sustentabilidade e análise dinâmica de sistemas na consultoria KPMG, decidiu descobrir.
Em novembro de 2020, Herrington expandiu seus estudos e começou a analisar as previsões do “Limit of Growth”, as reunindo com os dados mais atuais do mundo que vivemos hoje.
Com isso, ele descobriu que o estado atual da Terra, sendo medido por 10 variáveis como população, taxas de fertilidade, níveis de poluição , produção de alimentos e produção industrial, se alinhava bem perto dos cenários que foram previstos em 1972.
“O BAU e os cenários de Tecnologia Compreensiva (CT) mostram uma interrupção no crescimento dentro de uma década ou mais a partir de agora. Ambos os cenários indicam, portanto, que a continuidade dos negócios normalmente, ou seja, a busca por um crescimento contínuo, não é possível”, disse Herrington.
Reverter
Felizmente, ainda não é tarde para evitar esses dois cenários e colocar a sociedade de volta no caminho alternativo, o chamado cenário do Mundo Estabilizado (SW).
“Ainda não é tarde demais para a humanidade mudar propositalmente de curso para alterar significativamente a trajetória do futuro. Efetivamente, a humanidade pode escolher seu próprio limite ou, em algum ponto, atingir um limite imposto, momento em que um declínio no bem-estar humano terá se tornado inevitável”, concluiu Herrington.
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