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Professor emociona alunos com dinâmica em Horizonte, no Ceará

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Um professor é capaz de mudar o dia, o ano ou até a vida de um aluno. No caso dos alunos do professor João Paulo Fernandes, ainda não se sabe o quanto uma dinâmica organizada pelo docente impactou suas vidas.

Isso porque ele realizou uma atividade em que escondeu um espelho e uma frase motivacional em uma caixa. Em seguida, ele disse às turmas que ali dentro estava o aluno que ele mais admirava. Portanto, quando cada aluno se aproximou a abriu a caixa, encontrou seu próprio reflexo.

A dinâmica que emocionou os alunos aconteceu na última semana de maio em Horizonte, na região metropolitana de Fortaleza (RMF). “Muitas vezes a família coloca palavras negativas nos filhos. Aquilo entra na vida das crianças”, disse o professor João Paulo.

“Quando eles passaram pela dinâmica do espelho, que eu disse ‘olha, dentro dessa caixa tem o aluno que eu mais admiro, capaz, maravilhoso e super inteligente’, aí eles acabam se emocionando, porque o espelho reflete essa imagem”, complementou.

Dessa forma, João Paulo é professor de ciências há quase duas décadas – atuando há 16 anos. Ele dá aula na escola Fernando Augusto, no distrito de Queimados, para crianças e adolescentes do 6º ao 9º (ensino fundamental II). João Paulo explicou que a dinâmica que ele fez com o espelho é apenas um elemento em um projeto maior, chamado “Despertando Sonhos”.

Pós-pandemia

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O projeto é de criação própria e tem o objetivo de motivar os alunos na volta ao ensino presencial após dois anos de pandemia.

“A volta [após a fase grave da pandemia] está sendo muito difícil para nós, professores, e toda a comunidade escolar. Fala-se muito sobre recuperação de aprendizagem, mas é importante a sociedade abrir os olhos para o que está acontecendo durante esse processo, que é os alunos com crise de ansiedade e depressão”, declarou João Paulo.

O professor até disse que presenciou alunos com marcas de automutilação. “Isso me doeu bastante porque, todos os dias, quando entro na sala, tento olhar nos olhos de cada um. Em um momento, perguntei a uma aluna sobre uma atividade de casa e ela disse ‘eu não estou preocupada com a tarefa, estou preocupada com minha mente’”, afirmou.

Assim, o professor disse que os episódios que presenciou, tanto com colegas de profissão quando com alunos sofrendo com problemas de saúde mental foi o que o motivou a realizar a dinâmica que causou tanta emoção.

De acordo com o docente, na primeira sala de aula onde realizou a atividade, uma aluna chorou porque estava passando por problemas familiares, o que fez com que ele chorasse também.

“Eu fiquei até sem entender, porque eu pensei na dinâmica para eles acharem graça”, disse João Paulo. “O problema está aí. A sociedade precisa saber. É preciso um trabalho com psicólogo nas escolas, mas até isso chegar, professores e alunos precisam dar as mãos para a gente vencer juntos”, acrescentou.

Problemas nas escolas

Recentemente, o Brasil e o mundo viu diversos episódios assustadores envolvendo a saúde mental dos estudantes que retornaram para o ensino presencial após dois anos de ensino remoto.

Um exemplo disso é o caso dos alunos que se cortaram com lâmina de apontador na escola estadual de Jarinu, no interior de São Paulo. De acordo com reportagem do Fantástico, os alunos disseram sentir solidão e tristeza.

Na entrevista, uma das alunas envolvidas relatou que os cortes foram feitos como uma forma de lidar com a tristeza. “Eu achava que me machucar, de qualquer maneira, podia aliviar aquela dor que eu senti”, disse a menina.

Dessa forma, a psicóloga Anna Paula Avelar, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), diz que esses casos estão relacionados com o pós-pandemia. “Essa volta não foi gradual e essas cobranças não foram graduais. Alguma situação específica pode funcionar como um gatilho. Vivemos uma pandemia e esses estudantes voltaram a ter aulas e a serem cobrados como antes, após quase dois anos fortemente privados desse convívio social”, disse.

Fonte: G1

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