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Crise de ansiedade: vinte e seis alunos passam mal em escola estadual em Recife

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Uma cena assustadora ocorreu na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, na tarde do dia 8 de abril. Era uma sexta-feira comum, até que vários alunos começaram a passar mal com tremores e desmaios. De acordo com o Samu, eram sintomas de crise de ansiedade.

Apresentando falta de ar, tremor e crise de choro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu os alunos. Eles informaram que foram 26 alunos que passaram mal com crise de ansiedade. No entanto, não foi necessário levar nenhum dos alunos para o hospital para receber maiores cuidados.

Em uma nota, o Samu informou que mobilizaram 16 profissionais em seis ambulâncias e duas motocicletas para atender à chamada feita na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães.

“Os jovens apresentaram sudorese, saturação baixa e taquicardia, foram atendidos no local e não precisaram de remoção para unidades de saúde”, segundo o Samu.

Pais preocupados

A cena toda foi alarmante, principalmente para os pais dos alunos que passaram mal e para aqueles que temem que o mesmo aconteça com seus filhos. Assim, a comerciante Luciana Amorim, de 42 anos, ficou assustada quando o filho lhe contou o que havia acontecido em sua escola.

“Ele contou que tinha vários alunos passando mal e que estavam dizendo que era crise de ansiedade. Havia alunos deitados, tremendo, desmaiados”, disse. De acordo com a comerciante, o filho, de 15 anos, não apresentou os mesmos sintomas e foi liberado para ir para casa.

“Eles fizeram uma refeição entre 15h e 15h30. Depois disso, começaram a passar mal. Falta de ar, muito choro, desmaio. De 15 a 20 alunos deitados no chão passando mal”, contou.

Além disso, ela complementa que ficou impressionada ao receber o diagnóstico do que havia acontecido na tarde daquela sexta-feira (8). “A gente não sabe, mas essa pandemia está mudando tudo e a gente fica sem saber. Para dar uma ansiedade em geral, é uma coisa muito nova. Na verdade é assustador”.

O que a psicologia diz

crise de ansiedade

Reprodução

A psicóloga Anna Paula Avelar, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) afirma que é impossível não analisar o que aconteceu na escola estadual em conjunto com a pandemia da Covis-19 que afetou o mundo todo.

Dessa forma, para a especialista, alguns fatores “encadeados” podem ter sido o motivo para que os estudantes tivessem a crise de ansiedade.

“Um gatilho acionou uma crise de ansiedade coletiva. Em qualquer situação de crise social muito severa, isso pode acontecer. Essa volta às escolas foi como se tivesse sido um período de férias, mas não foi. Foi uma parada grave, uma crise social grave. Então, não existe um fator único”, detalhou.

Ela destaca que os alunos voltaram a estudar de forma presencial após muitos meses tendo aulas e provas somente no formato remoto. Então, quando eles voltaram para as escolas, tiveram as mesmas cobranças de antes de toda a pandemia e os efeitos dela.

“Essa volta não foi gradual e essas cobranças não foram graduais. Alguma situação específica pode funcionar como um gatilho. Vivemos uma pandemia e esses estudantes voltaram a ter aulas e a serem cobrados como antes, após quase dois anos fortemente privados desse convívio social”, disse.

Assim, a psicóloga afirmou que as crises de ansiedade como a vivenciada pelos estudantes da escola de Recife servem como alerta para todos. “Pode acontecer em outros momentos, em outras situações, não só na escola, mas também no trabalho e em outros lugares. A ansiedade, o pânico, tudo isso, é um sinal que o corpo dá de sofrimento psíquico”, explicou.

Resposta da secretaria

Por nota, a Secretaria de Educação e Esportes informou que os alunos receberam o atendimento médico necessário na unidade escolar e foram liberados com a chegada dos responsáveis.

A secretaria acrescentou que a escola realiza um trabalho sobre a educação socioemocional dos alunos, incluindo a orientação dos jovens e dos pais sobre o tema.

Fonte: G1

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