Ninguém poderia suspeitar que Tambora, o vulcão da ilha de Sumbawa, na Indonésia, iria despertar. Mas foi o que aconteceu em em abril de 1815, no que representou a maior erupção vulcânica já registrada na história.

A explosão de lava e cinzas carregadas de partículas de enxofre atingiram cerca de 30 quilômetros de altura, alcançando os limites do espaço.
O som era tão intenso que podia ser ouvido a mais de 2.500 quilômetros de distância.

A erupção matou instantaneamente mais de 12.000 pessoas que viviam nas encostas do vulcão e arredores. No entanto, outras 60.000 morreram depois devido à fome e doenças causadas pela nuvem de cinzas.

O ano seguinte foi conhecido na Europa como o ano sem verão. Muitos dizem que os céus cintilantes do pintor britânico JMW Turner devem a sua cor às cinzas de Tambora.

Mas quais são as chances de que um evento semelhante se repetir?

Próxima erupção

De acordo com o Professor Emérito de Geofísica e climas perigos da University College London, “Erupções acontecem a cada dois ou três séculos, acreditamos que uma semelhante poderia ocorrer dentro de um período relativamente curto de tempo”.

Mas, de acordo com ele, quando ou onde é algo que não se pode prever com precisão.”O problema é que há cerca de 1.500 vulcões ativos e, por falta de dinheiro ou conhecimento, estão sendo monitorados apenas cerca de 100 ou 150″, afirma o pesquisador.

Segundo um relatório da rede de vulcanólogos Global Volcano Model e da Associação Internacional de Vulcanologia e Química do Interior da Terra publicado em janeiro, as probabilidades de um evento como o 1815 acontecer é de 33%.

Segundo os pesquisadores, atualmente não há sinais de uma erupção próxima nas proporções de Sumbawa.

Por outro lado, alguns supervulcões como o Yellowstone, nos Estados Unidos, podem entrar em erupção a qualquer momento. Sequer é preciso terremotos ou outros fatores externos para isso, ao menos é o que aponta um estudo realizado por especialistas suíços, publicado na revista Nature Geoscience.

Sejam as previsões da ciência otimistas ou pessimistas quanto ao assunto, o importante é permanecer atento e se preparar para tudo.

Vulcões para ficar de olho

Antes de entrar em erupção, os vulcões costumam dar sinais. Para que o magma chegue até a superfície ele  necessita romper a rocha e isso gera terremotos. Também é preciso criar espaço, por isso a superfície do vulcão incha.

De acordo com os pesquisadores, os vulcões em que devemos ficar de olho e fugir ao menor sinal são o Laguna del Maule (Chile), Uturuncu (Bolivia), Montes Albanos (Italia), Campi Flegrei (Italia), Yellowstone (EUA), Monte Fuji (Japão), Mammoth Mountain (EUA.), Askja (Islândia), Monte Paektu (Coreia do Norte/China) e Cumbre Vieja (La Palma, Islas Canarias, Espanha).

O que fazer em caso de erupção?

Até onde se sabe, no Brasil não existem vulcões com risco de erupção. Mas caso você esteja em uma situação de perigo, na qual haja um vulcão em erupção, algumas dicas podem salvar a sua vida.

Durante as erupção, a água dos rios esquenta, a montanha solta fumaça pela cratera e plantas e animais morrem intoxicados pelos gases. Se isso acontecer, saia da vizinhança o quanto antes.

Mas para onde? O melhor é correr na direção contrária da lava e buscar abrigo em lugares altos. Se por acaso você encontrar uma ponte, não atravesse, já que as suas estruturas podem estar derretidas pelo calor.

Além disso, é importante cobrir o seu rosto com uma máscara. Quando as cinzas do vulcão entram em sua traquéia, elas se alojam no pulmão e se transformam em uma espécie de cimento líquido.

Depois disso, se possível procure um abrigo subterrâneo, assim você se protege do fluxo piroclástico, que é a mistura de pó, rochas e gases expelidas pelo vulcão.

Outra dica é ficar longe de rios. Quando as cinzas se misturam à neve derretida ou à àgua, elas produzem uma lama fervente chamada lahar, que desce a montanha pelo leito dos rios. Tudo o que estiver por perto, inclusive pessoas, vai junto.