Curiosidades

Reconstrução facial de faraó feita por brasileiro cai em polêmica no Egito

0

Todos nós sabemos que a história do Antigo Egito é repleta de inusitados faraós. Uma das mais fascinantes civilizações do mundo, que durou mais de 3 mil anos, teve aproximadamente 170 faraós. O papel deles era tanto político quanto religioso. Por serem uma figura tão importante não é de se surpreender que até os dias de hoje as pessoas querem saber mais sobre eles, como por exemplo, como eles eram. Nesse ponto, um brasileiro fez uma reconstrução facial de faraó, mas acabou caindo em uma polêmica.

Cícero Moraes é um designer gráfico brasileiro que ficou conhecido por fazer diversas reconstruções faciais 3D de figuras históricas. Contudo, ele refutou algumas alegações feitas pelo ex-ministro de Antiguidades do Egito Zahi Hawass e de Sahar Saleem, professora de radiologia na Universidade do Cairo, no artigo “Imagens de Amenhotep I na balança da ciência”, escrito pelo repórter Rania Saber Rafaee.

Reconstrução facial de faraó

Aventuras na história

Nesse artigo, os especialistas falaram que Moraes não teve rigor científico na reconstrução facial de faraó e acusaram-no de divulgar imagens faciais imprecisas de figuras egípcias antigas, principalmente o faraó Amenhotep I.

De acordo com Saleem, a reconstrução feita pelo designer era “nada mais do que uma obra artística inspirada por sua imaginação” e faltava fundamentos científicos. Outro ponto insinuado pelos dois especialistas foi que Moraes não tinha publicações relevantes ou experiências associadas a Amenhotep I. Pontos usados por eles para questionar a credibilidade dele.

As tentativas anteriores de reconstrução facial feitas pelo designer também foram criticadas pelos especialistas dizendo que elas não eram bem documentadas em publicações científicas.

Segundo Hawass, Moraes tem a influência de grupos afrocentristas, e por isso que suas reconstruções tinham como motivação uma agência específica.

Ao final, Saleem disse que as imagens das múmias reais usadas por Moraes não tinham que ser empregadas para criar “representações imaginárias” dizendo que tal fato compromete a precisão científica e a integridade do trabalho.

Resposta

Aventuras na história

Como resposta a essas alegações por conta da reconstrução facial de faraó, Moraes disse que seu trabalho tem como base métodos científicos e publicações acadêmicas. Ele também pontuou que o critério que Saleem e Hawass cobram nos trabalhos dele, eles mesmos não usam.

Outro ponto ressaltado por Moraes é a importância de fazer a representação, de forma precisa, das características faciais dos antigos egípcios. O designer fala também a respeito da necessidade de informações etnográficas e a colaboração com especialistas de várias áreas para garantir que as reconstruções sejam precisas.

Além disso, Moraes destaca que seu trabalho tem reconhecimento pela comunidade acadêmica, tendo publicações em periódicos de impacto e funções como revisor convidado. “Não comecei isso hoje, nem sou desconhecido nos círculos acadêmicos”, disse ele.

“Gostaria de ver cientistas tão queridos pelo público sendo mais cuidadosos ao falar sobre o trabalho dos outros, especialmente quando tais palavras não são compatíveis com os fatos”, conclui.

Indonésia tem o maior monumento de Cristo do mundo

Artigo anterior

Tartarugas de mochila acabam com mistério de como filhotes saem da areia

Próximo artigo