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Salto de aluno de paraquedismo termina em morte em Boiatuva

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Boiatuva é um dos maiores centros de paraquedismo no Brasil. Então, a notícia da morte de um aluno, Andrius Pantaleão, choca a comunidade de amantes, alunos e profissionais do esporte radical.

Um vídeo gravado pela câmera presa ao capacete do instrutor do empresário de São Bernardo do Campo capturou, com detalhes, o que aconteceu durante o acidente fatal. O rapaz, que estava na metade do curso de paraquedismo, fazia o terceiro salto da vida, ainda acompanhado. Ele se lançou do avião e, pouco tempo depois, o instrutor o segura pela manga para verificar se está tudo dentro dos conformes.

Assim, Andrius mostra saber a posição da manopla que comanda o paraquedas, na base da mochila, e o instrutor solta o aluno para realizar a manobra da estabilização. Dessa forma, Andrius começa bem, mas logo começa a girar. Como ele estava caindo a mais de 200 km/h, ele teve pouco tempo para se estabilizar e não conseguiu realizar a manobra. Ela gira cada vez mais depressa.

O instrutor chega perto, agarra o aluno pela perna, mas não consegue segurar por muito tempo. Então, o aluno se afasta, ainda girando, com o chão cada vez mais próximo. Em seguida, o instrutor abre o próprio paraquedas e o aluno não aparece mais nas imagens. Andrius despencou em queda livre por cerca de 2.000 metros, até atingir o portão de uma casa de Boiatuva.

Inquérito policial

Um inquérito policial irá tentar responder o que aconteceu durante o acidente de Andrius. O delegado que investiga o caso, Emerson Jesus Martins, diz que há problema no esquema de segurança do paraquedismo em Boiatuva. Portanto, conseguiu que a Justiça suspendesse os saltos sobre a cidade, que leva o título de capital brasileira do paraquedismo com muito orgulho.

“As entidades, as associações federais, confederações, elas acabam por fazer as suas próprias regras. Mas em relação ao paraquedismo, eu entendo que esse esporte é um pouco mais, senão muito mais, arriscado que os demais. Por essa razão, tem que ser tratado de uma forma diferente. Então, há necessidade de uma regulamentação desse esporte”, defende Emerson Jesus Martins.

De acordo com o prefeito de Boiatuva, cidade com mais de 60 mil habitantes, a cidade cresceu em torno do paraquedismo e, hoje, depende do esporte para ter uma economia próspera. Ele quer a volta dos saltos, chegando a propor melhorar a infraestrutura do centro e mudar a pista de lugar.

“Nós identificamos aqui, dentro da própria área da cidade, uma área que tem a extensão para se instalar uma pista e se fazer a conversão. Só que isso é a médio e longo prazo; não é de imediato. Porque tem toda a infraestrutura, não é? A aprovação dos órgãos competentes e toda a infraestrutura para ser implementada”, afirma Edson Marcusso, do Cidadania.

Dessa forma, nos últimos seis meses, aconteceram mais de 80 mil saltos na cidade, o que é quase um e meio para cada habitante. Além disso, o número de acidentes fatais também aumentou.

Centro fantasma

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WOW Paraquedismo

O complexo turístico às margens da Rodovia Castelo Branco, que tem 15 escolas de paraquedismo e seis empresas de balonismo, já passou de uma semana de paralisação. Donos de restaurantes e hotéis já relatam queda de até 40% no movimento por conta da falta de saltos e turistas em plena temporada.

A decisão da paralisação foi da Justiça após a morte de Andrius, de 38 anos, que caiu sobre a casa no dia 19 de julho. Vale destacar que foi a quarta morte de paraquedistas em quatro meses, este ano, em Boiatuva, um número jamais visto nos 50 anos de história do centro. Duas das vítimas morreram em um acidente de avião que transportava os paraquedistas para o salto.

Fonte: G1

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