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Ser bondoso não é uma coisa aleatória, compensa para os seres humanos

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Todos já ouvimos ou lemos em algum lugar sobre aquele velho ditado que gentileza gera gentileza. Ou então que a boa ou má ação fica para quem faz. E de fato essa é uma qualidade muito apreciável e pode melhorar nosso convívio social em algum nível. Mesmo às vezes, parecendo que nós vivemos em um mundo dominado por pessoas grossas e ruins.

E de fato, talvez, os ditados não estejam de todo errados. Várias pesquisas científicas têm mostrado que os atos de bondade são importantes e regulares para os seres humanos. Além do que, ser uma pessoa boa nos deixa mais saudáveis tanto emocional quanto fisicamente.

E nada disso é uma coisa aleatória. A bondade é um fator chave para que se possa entender a evolução e a sobrevivência da nossa espécie.

Estudo

De acordo com Oliver Curry, antropólogo da Universidade de Oxford, a bondade é muito mais antiga do que a religião.“A principal razão pela qual as pessoas são gentis é por que somos animais sociais”, disse.

O psicólogo Michael McCullough, da Universidade da Califórnia em San Diego também diz que “a bondade é tão inerente a nós quanto a raiva, a luxuria, o luto ou o desejo de vingança”. O que difere elas é que nós não nos acostumamos a prestar atenção na gentileza. Mas quando refletimos sobre o assunto, vemos que a bondade é apreciada acima de qualquer outro valor.

Um estudo foi feito onde os pesquisadores pediram às pessoas para que elas definissem, entre uma série de valores, quais eram os mais importantes. A benevolência ou gentileza ficou em primeiro lugar, acima até mesmo do hedonismo. E também ganhou de ter uma vida emocionante, criatividade, ambição, tradição, segurança, obediência, buscar justiça social e poder.

O resultado se repetiu em todos os países que o estudo foi feito. A bondade sempre ficou no topo da lista. E a benevolência teve seus níveis recordes na Escandinávia, que é uma região que sempre está no topo nos rankings anuais de felicidade.

Mundo ruim

“Muitos me dizem que as pessoas não são gentis. E eu acho que isso é uma falácia de percepção. Porque quando você mede o comportamento das pessoas, na verdade você descobre que elas são gentis. As pessoas realizam atos de bondade regularmente”,explicou a psicóloga Anat Bardi, da Universidade de Londres.

Provavelmente, o que acontece, é que nós costumamos a nos lembrar mais dos atos maus e rudes do que daqueles gentis. Que às vezes até são mais comuns e esperados. “No fundo, somos motivados a ser gentis. Somos gentis porque, sob as circunstâncias certas, todos nós nos beneficiamos disso”, disse Curry.

Evolução

Uma das coisas que várias pessoas acreditam é que o mundo é cruel e competitivo porque “só sobrevivem os mais aptos”. Mas na verdade, não é bem assim. A  sobrevivência depende de estratégias que várias vezes são mais uma colaboração do que uma competição. É isso que o antropólogo evolucionário Brian Hare, da Universidade de Duke, explica em seu livro “Survival of the Friendliest”, em tradução livre “Sobrevivência do mais Amigável”.

A gentileza e cooperação funciona para várias espécies, indo de bactérias a flores e primatas. Quanto maior é a rede de contato, mas bem sucedido você é. E segundo McCullough, é isso que nos separa do resto das espécies. Essa habilidade de raciocinar sobre uma situação.

Os humanos sabem que não existe uma diferença entre ajudar parentes próximos ou estranhos. E que esses estranhos também podem ajudá-lo um dia se ele for gentil com eles.

Recompensa

Mas se engana quem acha que fazemos isso no automático. As pessoas podem ser rudes e maldosas se quiserem, mas perderão coisas se agirem assim. Aqueles que foram bondosos sabem que existem recompensas para esse tipo de comportamento.

“Fazer bondade nos deixa mais felizes e ser feliz faz com que façamos atos gentis”, disse o economista trabalhista, Richard Layard, que estuda felicidade na London School of Economics.

O antropólogo Curry também revisou 27 estudos sobre bondade e descobriu que em todos as pessoas se sentiram emocionalmente melhores quando eram gentis. Além disso, a bondade também teve efeitos físicos.

Em uma pesquisa, pessoas com esclerose múltipla disseram se sentir fisicamente melhores quando ajudavam outros. Segundo a psicóloga Sonja Lyubomirsky, fazer mais atos de bondade parece “desligar” os genes que causam inflamações.

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