A Síndrome de Burnout é caracterizada pelo estado de tensão e estresse em excesso e também é conhecida como síndrome do esgotamento mental profissional. Isso porque quase sempre está ligado a uma pressão por desempenho extremo. Conseguir medir os riscos que ela traz não é uma coisa muito fácil. Isso porque ela depende de fatores bem subjetivos, como por exemplo, o nível de cansaço mental. Mas existem sinais de burnout que as pessoas não devem ignorar.
A primeira pessoa a usar o termo décadas atrás foi Christina Maslach, professora emérita de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley. De acordo com ela, a definição de burnout é “uma resposta ao estresse crônico no trabalho que não foi bem administrado. Não é uma condição médica, portanto, não pode ser tratada dessa forma”.
“Nós estamos trabalhando muito, de forma excessiva. A cultura de estar ‘sempre ligado’ que se desenvolveu com a digitalização está aumentando os níveis de burnout – os trabalhadores não conseguem se manter longe, físico e psicologicamente, do trabalho”, alertou Heejung Chung, professora e diretora do Instituto Global de Liderança Feminina do King’s College London.
Ainda conforme Chung, o burnout é uma problema global, e determinados países tem mais de 70% dos trabalhadores afetados. Além disso, o problema é algo caro, por exemplo, para a economia do Reino Unido, ele custa mais de 102 bilhões de libras, equivalente a 772 bilhões de reais, por ano, conforme uma pesquisa feita em 2024 pela empresa de seguros Axa.
Metrópoles
Por mais que o burnout seja relacionado ao trabalho remunerado, pesquisadores tem visto frequentemente casos com estudantes, pais e cuidadores. E de acordo com a psicoterapeuta Claire Plumby, a síndrome afeta especialmente as mulheres. “A maior parte da carga dessa dupla jornada de trabalho recai sobre as mulheres”, pontuou.
Os especialistas pontuam que, além do cansaço, outros dois sintomas podem indicar um burnout. São eles: um desprezo cada vez maior pelo trabalho que faz e uma visão negativa de si mesmo.
Segundo Plumby, a pessoa pode não perceber os sintomas aparecendo no trabalho. Na produtividade, por exemplo, ela pontua situações como “o professor escrevendo um plano de aula de ‘uma linha’ ou você deixar de se preparar para reuniões e apresentações”.
Além disso, várias pessoas ficam sonhando em uma maneira de escapar da situação que estão. “Você pode ter pensamentos de escapismo, fantasias de alguém assumindo todas as suas responsabilidades. Já ouvi pacientes dizendo: ‘Eu gostaria de pegar covid'”, ressaltou.
APSI Curitiba
Período de lua de mel
Nessa fase, a pessoa diz sim para tudo, mas esquece o tempo que as coisas precisam para serem feitas. Consequentemente, ela pega mais trabalho do que pode e consequentemente o estresse aparece.
Abandono
Aqui, ela deixa de fazer coisas que antes eram importantes para ela, como por exemplo, sair com amigos ou ir em encontros. A pessoa pode perder todas suas experiências e deixar de aproveitar as atividade que amava. Além disso, os trabalhos que precisam de concentração podem se tornar um desafio e a pessoa pode ter uma sensação de mente cansada.
Sem motivação
O humor fica constantemente irritado e pode ser transformado em apatia, o que pode acabar evoluindo para uma sensação de distanciamento onde a pessoa não sente muito presente no dia-a-dia. Assim, a fadiga da compaixão pode aparecer e a pessoa perde o senso de realização e se sente ineficaz.
Burnout
Chegar na fase de burnout, a pessoa se sente completamente esgotada e emocionalmente exausta. Ela até pode continuar trabalhando, mas terá muita dificuldade em manter uma rotina.
Colapso
O final é o burnout clínico, que é quando a pessoa não sente vontade de sair da cama. De acordo com terapeutas, tem casos de pessoas que se “desligaram” completamente, não falavam ou saiam de casa, ou tiveram ataques de pânico. Para recuperar desse quadro pode levar meses ou anos.
Fonte: Terra
Imagens: Metrópoles, APSI Curitiba