Conforme divulgado em pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças consideradas como demência atinge, atualmente, cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do planeta. Dentre essas doenças, o mal de Alzheimer é a mais comum.
Por se tratar de uma enfermidade neurodegenerativa, o Alzheimer é conhecido pela perda de memória e confusão mental. Essa doença é extremamente agressiva e não tem cura. O tratamento geralmente é feito à base de medicamentos que controlam os sintomas por um perÃodo limitado de tempo.
Como uma forma de melhorar a vida e o bem-estar do paciente, inúmeras empresas farmacêuticas realizam pesquisas e tentam produzir um medicamento que interrompa a progressão da doença. As pesquisam já duram décadas e até o momento nenhuma delas obteve sucesso.
A partir de agora, a esperança das vÃtimas da doença e de seus familiares estão depositadas em uma pesquisa, que se encontra em andamento, na Escola de Medicina de Harvard. O responsável pelo projeto é o professor de neurologia Howard L. Weiner, lÃder em pesquisas voltadas para o Alzheimer há mais de 20 anos.
O foco do estudo é o desenvolvimento de uma vacina, em formato spray, que tem como objetivo prevenir e retardar a progressão da doença. A pesquisa já se encontra na fase de preparação para dar inÃcio aos testes clÃnicos.
Para dar continuidade aos testes, a Escola de Medicina de Harvard disponibilizou o segundo maior hospital universitário, o Brigham and Women’s Hospital. Dentre os participantes da primeira fase de testes então 16 pessoas entre 60 e 85 anos de idade. Os voluntários da pesquisa possuem mal de Alzheimer em estágio inicial e não apresentam qualquer outro problema de saúde relevante para o estudo.
Durante o experimento, serão oferecidos aos voluntários duas doses da vacina desenvolvida com intervalos de uma semana. Nesta primeira fase a intenção é observar o grau de segurança do composto e analisar qual a quantidade certa da dose a ser administrada.
Funcionalidade da vacina para Alzheimer
Segundo estudos realizados anteriormente, a caracterÃstica chave do Alzheimer é a presença de placas amiloides, que são formadas a partir do momento em que pedaços de proteÃnas beta-amiloide se fixam entre as células, causando um acúmulo e bloqueando a sinalização entre as células nervosas e as sinapses (região neurônica pela qual os impulsos nervosos passam). É através deste processo de interferência que a capacidade de pensamento e recordação de memórias acontece.
Estudos já realizados anteriormente descobriram que estimular o sistema imunológico portador pode ajudar na limpeza das placas amiloides existentes. É a partir desta hipótese que a vacina se baseia.
Em relação ao método de aplicação, a intenção é pulverizar, dentro do nariz, o composto da vacina (chamado de medicamento Protollin), objetivando a ativação dos glóbulos brancos encontrados nos gânglios linfáticos do pescoço. Por meio deste processo, os gânglios linfáticos podem migrar até o cérebro e dar inÃcio a eliminação das placas amiloides. Em outras palavras, com a aplicação da vacina por via nasal, os mecanismos de defesa do nosso organismo são estimulados a combater as placas causadoras do Alzheimer.
Outro importante marco na luta contra essa doença neurodegenerativa aconteceu no último mês de junho, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos Estados Unidos da América (EUA) e a Food and Drug (FDA) aprovaram o primeiro medicamento para o Alzheimer. Apesar da aprovação, o Aducanumab causou polêmica, pois foram solicitados à fabricante mais testes clÃnicos que comprovem a eficácia do remédio.
Um caminho longo ainda precisa ser percorrido, porém existem no mercado outras pesquisas que visam a elaboração de medicamentos à base de anticorpos. A previsão da fabricante do remédio donanemab estima que os dados referentes ao seu produto serão enviados para a análise da FDA ainda esse ano. Outro medicamento que está no páreo para a aprovação é o lecanemab.
Fonte: Curta Mais
Comentários