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Vecindades: entenda a arquitetura da vila do Chaves

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A cultura do México vai muito além de burrito e piña colada. Afinal, a arquitetura mexicana também tem seus elementos únicos. Dessa forma, o auge e o declínio das vecindades esbanjam a linha do tempo do país.

Nesse post, mostraremos a história desse estilo de habitação, além de explicar como ele funciona. Vale lembrar que o seriado Chaves se passa dentro de uma vecindade. E cá entre nós, aposto que você já teve curiosidade de entender aquele tanto de portinhas viradas para um pátio.

Fonte: R7

Moradia de luxo

Com exceção do Sr. Barriga, ninguém que frequenta a vila do Chaves tinha uma condição financeira elevada. No entanto, durante a colonização espanhola, as vecindades surgiram como um tipo habitação para os poderosos.

A princípio, no século 16, a aristocracia do México queria viver de um maneira parecida com os espanhóis. Sendo assim, as famílias mais abastadas buscavam se conectar com o que estava em alta na Espanha.

Por isso, os poderosos começaram a imitar as vecindades, habitações populares em Andaluzia, cidade espanhola. Nesse sentido, a aristocracia ergueu mansões de até cinco andares com vários cômodos, todos virados para um pátio central.

A propósito, esta área aberta tinha a finalidade de permitir uma melhor circulação de ar. Tal conceito se inspirou na arquitetura romana e islâmica. Em outras palavras, as vecindades eram construções luxuosas e espaçosas dedicadas a abrigarem a aristocracia mexicana.

Popularização das vecindades

Este estilo de habitação foi massivamente construído até o século 18. Porém, daí em diante, a economia mexicana ganhou novas caras. Juntamente com essas mudanças, o ato de morar também se modificou.

Primeiramente, a agricultura deixou de ser o pilar econômico do México do século 19. Isso obrigou trabalhadores do campo a se mudarem para os centros urbanos, à procura de empregos nas indústrias. Com isso, a elite saiu das regiões centrais, deixando para trás, as vecindades.

Logo, os moradores viram nesses conglomerados uma oportunidade de terem residências acessíveis. Todavia, nesses lugares, a classe operária não desfrutava dos mesmos refrescos que a aristocracia do país. Pelo contrário, a qualidade de moradia e privacidade eram ideias bem distantes deste povo.

Fonte: Deficinicionyque

Eventualmente, você pode se fazer a seguinte pergunta… “Como que uma mesma construção deixa de ser luxuosa e se torna precária em tão pouco tempo?”. Bom, a resposta disso está na distribuição dos cômodos.

Anteriormente, cada portinha da vecindade era um cômodo de uma enorme mansão. Agora, cada aposento se transformou em uma residência completa para uma família de três a quatros pessoas. Dessa forma, as moradias se tornaram apertadas e abafadas.

Além disso, as famílias precisavam compartilhar cozinhas e banheiros. Apesar dessas desvantagens, muitas pessoas estavam dispostas a pagar os acessíveis aluguéis dessas moradias (menos o Sr. Madruga).

As vecindades no século do Chaves

No século 20, estas construções assumiram lugares de honra na cultura mexicana. Nesse sentido, a mídia se apropriou destes espaços e ambientou narrativas neles. O seriado Chaves é um exemplo disso, uma vez que ele se passa em uma vecindade, na qual cada portinha abriga um núcleo familiar.

Portanto, no pátio central, situações cômicas e trágicas são vividas pelos moradores destes conglomerados. Uma vez por mês, o Sr. Barriga dá as caras na vila para cobrar os aluguéis do inquilinos, o que demonstra a lógica econômica do conjunto.

A propósito, a série da década de 1970 é popular até os dias atuais, diferentemente das vecindades. Ao longo dos anos, as regiões metropolitanas se expandiram e os operários conseguiram encontrar habitações um pouco melhores nos subúrbios.

Logo, estima-se que exista pouco mais de 100 exemplares dessas construções. Nelas, moram pessoas que vêem nas vecindades uma última esperança de não viverem nas ruas mexicanas.

Fonte: Summit Mobilidade.

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