Embora sono seja igual gosto, cada um tem o seu, há um consenso social de que o recomendável é que uma pessoa repouse pelo menos 8 horas por noite. Provavelmente você já ouviu isso, certo? Pois bem, a qualidade do sono vem se tornando cada vez mais discutida entre os pesquisadores, afinal, dormir relaciona-se diretamente à nossa saúde. No entanto, por que 8 horas?
Primeiramente, é importante saber que a quantidade de horas que um indivíduo precisa dormir, varia ao longo da vida. Só para ilustrar, uma pesquisa publicada pelo Sleep Health Journal listou a quantidade adequada de sono diário que uma pessoa precisa ao longo de suas fases de desenvolvimento. Veja bem:
- Recém-nascidos: 14 a 17 horas;
- Bebês: 12 a 15 horas;
- Crianças pequenas: 11 a 14 horas;
- Pré-escolares: 10 a 13 horas;
- Crianças em idade escolar: 9 a 11 horas;
- Adolescentes: 8 a 10 horas;
- Jovens adultos: 7 a 9 horas;
- Adultos mais velhos: 7 a 8 horas.
Visto que o organismo utiliza o momento em que o ser está em estado de repouso para se regenerar e eliminar as toxinas do corpo, o tempo recomendado de sono visa acompanhar esse processo. Quanto mais nos desenvolvemos, mais fácil nosso sistema lida com esse procedimento, por isso menos horas de sono são necessárias.
Contudo, por que existem pessoas que dormem poucas horas por dia e mesmo assim sentem-se completamente descansadas? Isso afeta a saúde delas? E, como o sono pode ajudar com a saúde neurológica e até prevenir o Alzheimer? Bom, vamos lá.
Os “dorminhocos de elite” e a relação do sono com a saúde
Enquanto algumas pessoas não funcionam nada bem depois de uma noite mal dormida, há outras que precisam de apenas algumas horinhas de sono para renovarem as energias. Apesar de ser difícil de acreditar, esses seres existem e receberam até um título especial: dorminhocos de elite.
Esses indivíduos extraordinários foram identificados pelos pesquisadores de sono da Universidade da Califórnia. Segundo os cientistas, essas pessoas possuem genes que possibilitam um sono mais breve (entre quatro e seis horas diárias) sem que ocorra nenhum dano à saúde. Além disso, esses mesmos genes podem auxiliar na prevenção de demências, como Alzheimer.
Assim como mencionamos acima, há uma relação direta entre qualidade de sono e saúde, principalmente quando trata-se do âmbito neurológico. Pois bem, as mutações genéticas portadas pelos dorminhocos de elite retardam o acúmulo de toxinas no cérebro. Como resultado disso, o risco de Alzheimer torna-se menor.
O estudo levou cerca de dez anos para apresentar esses resultados iniciais e seguirá ocorrendo por tempo indeterminado. A equipe de pesquisadores acredita que muitos outros genes ainda serão descobertos. Dessa forma, há muitas expectativas em torno desse projeto, que pode trazer consigo a cura para o Alzheimer e outras patologias neurológicas.
Curiosamente, os estudiosos apontaram que esses genes são encontrados em até 3% da população mundial. Aliás, celebridades como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, e Dwayne ‘The Rock’ Johnson, o próximo Adão Nedro da DC Comics, podem ser classificados como dorminhocos de elite. Ambos relataram que dormem pouco, entre três e seis horas por noite.
Dormir também afeta o comportamento
Além da questão genética, pesquisas relacionadas ao sono traçam outras características daqueles que dormem pouco. Dessa vez no âmbito comportamental, os dorminhocos de elite apresentam sinais de impulsividade e maior motivação por recompensas. Como resultado disso, essas pessoas tendem a ter mais facilidade para alcançar o sucesso profissional.
Por fim, é importante pontuar que os dorminhocos de elite correspondem apenas a 3% da população. Portanto, 97% dos seres humanos segue precisando dormir entre sete e nove horas por noite, afinal, a qualidade do sono associa-se a condições como obesidade, doenças cardíacas, pressão alta e diabetes.
Fontes: Sleep Health Journal, O Globo.