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China retira do ar vídeo que critica a quarentena em Xangai

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Quarentena é uma palavra que dá arrepios só de ouvir, e na China não é diferente. A cidade de Xangai vive em confinamento desde o início do mês, em uma estratégia para combater o maior surto de Covid-19 registrado até agora na metrópole. Porém, a recepção dos moradores à medida está cada vez menor, gerando protestos sutis dentro da censura chinesa de opiniões.

Uma dessas manifestações circulou pelo aplicativo WeChat em forma de vídeo. Com nome “Siyue Zhi sheng” (As Vozes de Abril), o conteúdo de seis minutos traz relatos dos moradores de Xangai sobre as dificuldade em ter acesso a bens básicos de sobrevivência. De imediato, o governo chinês eliminou o material da plataforma de mensagens, o que gerou ainda mais revolta.

Fonte: Artem Podrez

As Vozes de Abril

Basicamente, as imagens do vídeo são registros de um drone que sobrevoa a cidade de Xangai, a qual possui 25 milhões de habitantes.  Todavia, o que irritou as autoridades chinesas não foi a parte visual do conteúdo, mas sim a sonora.

De início, a obra traz discursos de líderes políticos indo contra os confinamentos, tendo em vista os impactos econômicos da medida. Em seguida, o vídeo reproduz gravações de moradores que estão com suas vidas seriamente prejudicadas pelas medidas restritivas.

Nesse sentido, entre os exemplos de relatos, é possível acompanhar situações em que hospitais não aceitam pacientes. Isso porque, para chegar até o centro médico, a pessoa teve que sair de casa, algo inaceitável na rígida quarentena de Xangai.

Além disso, dá para ouvir funcionários de hospitais e supermercados pedindo aos indivíduos que reclamem com a central de quarentena. Então, no mesmo áudio, nota-se um certo descaso desse posto de apoio ao isolamento, o qual avalia as situações em que os indivíduos podem sair de suas residências.

Inclusive, há uma frase forte no vídeo que diz “o vírus não vai nos matar, mas a fome vai”, além de um coro pedindo que as autoridades distribuam mantimentos. Por fim, o compilado se encerra com um letreiro com os dizeres: “Xangai, fique bem logo”.

Reação do governo

Na China, censores monitoram os conteúdos que rodam a internet do país. Logo, caso encontrem algo que comprometa a estabilidade do poder central, prontamente o material é excluído por esses funcionários. Por isso, dificilmente você vai conseguir falar de violência policial, Independência de Taiwan ou corrupção sem sofrer um “break” das autoridades locais.

Dessa vez, o assunto espinhoso em Xangai era os efeitos da quarentena da metrópole, que já se arrasta desde o início do mês. A propósito, vale lembrar que a China possui uma política de “Covid Zero”, o que inclui quarentenas rígidas, testes em massa e obstrução nas fronteiras. Nesse sentido, desde março, a cidade registrou 400 mil infecções e 17 mortes, o que colocou as autoridades em alerta.

De início, a população aderiu bem a essas medidas restritivas, porém, após a vacinação, a aceitação diminuiu. Até porque, as restrições de deslocamento impedem a ida a supermercados a qualquer momento, além de limitar o acesso às fontes de renda. Sendo assim, protestos passaram a borbulhar em Xangai, contando até mesmo com incomuns enfrentamentos à polícia.

O vídeo com os relatos vem nesse rol de críticas, e por isso, rapidamente sofreu o bloqueio de circulação por parte dos censores chineses. Agora, o material não circula mais no WeChat. Caso um morador da China queira vê-lo, ele precisa entrar em uma rede virtual privada e acessar o YouTube, rede social bloqueada na internet do país.

Fonte: freestocks.org

Depois da censura, os internautas fizeram um novo movimento de protesto virtual. Dessa vez, eles estão compartilhando músicas que criticam o controle do pensamento: “Do You Hear the People Sing? (Les Miserábles) e “Another Brick In The Wall” (Pink Floyd). Ainda não se sabe até onde essa escalada de tensões vai chegar, no entanto, dificilmente a estabilidade do governo chinês será comprometida por este episódio de revolta.

Fonte: R7.

Saindo da Globo, Galvão Bueno assina com empresa de Felipe Neto

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