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250 milhões de indianos protestam e marcham em direção à Nova Délhi

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A Índia é uma terra com uma cultura milenar e cores vibrantes. A terra de Gandhi é o segundo país mais populoso do mundo. Ele tem paisagens exuberantes e um povo bastante receptivo.

No entanto, a Índia enfrenta vários problemas. Como por exemplo, há meses, os agricultores de todo o país têm protestado contra três leis novas pró-mercado. E no começo desse mês, o protesto chegou a  um ponto crítico. Um número grande de agricultores, com apoio dos trabalhadores e movimentos sociais, aumentaram a pressão em Nova Délhi, contra essa legislação. Tal legislação quer acabar com a agricultura, da qual 50% da população sobrevive, para privatizar para as multinacionais do agronegócio.

Essas leis foram aprovadas pelo parlamento indiano em setembro. E elas darão permissão para que os agricultores vendam seus produtos diretamente aos compradores privados. Isso eliminará o mercado regulado pelo Estado, que era quem garantia um preço mínimo aos agricultores.

Além disso, elas também permitirão que os agricultores façam um contrato legal com as empresas, antes de planejar a colheita. E também permite o armazenamento dos grãos até conseguir preços melhores.

Tudo isso é um tentativa do governo de Narendra Modi de pressionar as privatizações na Índia e aumentar os lucros do país. As medidas foram chamadas de “leis negras” pelos fazendeiros. E elas vão levar à corporativização do setor agrícola deixando os agricultores à mercê das grandes corporações.

Agricultores

Até o momento, os agricultores vendem seus produtos para intermediários pelo Agriculture Produce Marketing Committee (APMC), que é um mercado regulado pelo Estado, que garante um preço mínimo de subsídio. Então esses intermediários vendem para as empresas, sejam elas estatais ou privadas.

Por mais que esse sistema esteja longe de ser perfeito, as novas leis desregulamentam o setor e o abrem para o livre mercado. Antes delas, os agricultores tinham um preço mínimo garantido e um mercado acessível onde eles podiam vender seus produtos regularmente. Agora, eles ficarão à mercê das grandes corporações, que com um poder maior de barganha vão poder ditar os preços e termos dos contratos.

O setor agrícola é responsável por 17% do PIB da Índia e emprega metade dos 1,3 bilhão de pessoas. A maioria deles vive em lotes pequenos e  está cheio de dívidas. Além disso, por anos os agricultores caíram ainda mais na pobreza por conta das colheitas ruins por causa das mudanças climáticas e baixa dos preços das commodities.

Agora, o governo Modi está ignorando todos os apelos para que um preço mínimo seja garantido e que a dívida deles seja perdoada. E chama a privatização de “alívio”.

Protestos

Os protestos dos agricultores começaram em agosto. Mas de lá para cá tem aumentado constantemente. Em setembro, os sindicatos agrícolas convocaram uma greve. E os protestos bloquearam os principais estados agrícolas.

No começo de novembro, os agricultores em mais de 20 estados protestavam coordenadamente. E bloquearam as principais ruas e rodovias em mais de cinco mil lugares diferentes.

Entretanto, isso foi só o começo. Agora,  milhões de agricultores marcharam em direção à capital, Nova Delhi, para uma manifestação fora do Parlamento.

Os agricultores tiveram um amplo apoio popular. No entanto, milhares de agricultores que entraram na capital foram recebidos com uma repressão policial bruta. Mesmo assim, os agricultores não recuaram.

O governo Modi tenta chamar os protestos de “anti nacionais”. Assim como faz com qualquer um que discorde de suas medidas. No entanto, o discurso nacionalista não adiantou nada. Na verdade conseguiu vira  a opinião pública a favor dos agricultores e fazer com que os protestos ganhassem mais força.

Greve geral

A greve geral, que começou dia 26 de novembro, foi convocada por 10 sindicatos centrais e mais de 250 organizações de agricultores. Ela foi, provavelmente, a maior do mundo. Mais de 250 milhões de trabalhadores de setores importantes como aço, mineração, telecomunicações, transportes e bancos entraram em greve. Isso paralisou a Índia.

Tudo isso coincidiu com a chegada dos milhares de agricultores na capital do país, onde desde então, ocuparam as principais estradas e acessos. Essa greve mostrou a força da população.

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