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A história do ”Pearl Harbor brasileiro”

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A história do ‘’Pearl Harbor brasileiro’’ começou quando o submarino alemão U-507, que estava sob o comando do capitão Harro Schacht, patrulhava parte do Oceano Atlântico, na altura da linha do Equador. Em suma, sua missão era interceptar o tráfego de navios, aliados nas rotas entre Trinidad e Tobago, no Caribe, e Cidade do Cabo, na África do Sul.

Como nenhuma embarcação, cruzou com o submergível, o capitão pediu autorização para mudar de localidade. Em algum momento do mês de agosto de 1942, Schacht resolveu, então, solicitar liberdade de manobra, na costa brasileira. Foi exatamente, nesse momento, que o capitão do submarino alemão provocou mudanças drásticas, na história da guerra e do Brasil.

Resposta

Logicamente, a liberdade de manobra foi concedida. Entretanto, o submarino deveria seguir o curso até Pernambuco. Na época, a principal base, usada pela Marinha norte americana, no Brasil, estava em Recife. Era também ali onde os navios faziam a cabotagem, entre o sul e o norte do país, e cargueiros aliados e neutros.

Em contrapartida, Schacht ignorou a ordem. O submarino alemão, então, seguiu para a Bahia. Foi ali que o massacre ocorreu. Schacht derrubou os navios da Marinha Mercante brasileira, matando cerca de 600 pessoas.

Baependy foi o primeiro. Araraquara foi o segundo. Em seguida, Aníbal Benévolo, Itagiba, Arará e, por fim, a barcaça Jacira. Os quatro primeiros eram navios de passageiros, os dois últimos, de carga. Momentos, antes de o Baependi ir a pique, a embarcação estava em festa.

No dia em que ocorreu o ataque, era aniversário do imediato Antônio Diogo de Queiroz. Os passageiros do Baependy tinham acabado de jantar, quando o navio foi atingido por dois torpedos. Cada um carregava uma ogiva com 280 kg de TNT. Com 322 pessoas a bordo, o Baependy afundou pela proa.

Ao ser informado dos ataques, o governo alemão ordenou Schacht voltar a Pernambuco e manter uma distância de 30 milhas náuticas da costa brasileira. A distância seria suficiente para não atacar a navegação de cabotagem do país.

Respaldo

O ato de Schacht levou o Brasil à guerra com a Alemanha e a Itália, em agosto de 1942. De acordo com informações, divulgadas no livro Operação Brasil, o Ataque Alemão Que Mudou o Curso da Segunda Guerra Mundial, o ataque, em si, não foi uma ordem direta de Hitler.

De acordo com o autor do livro, o historiador militar Durval Lourenço Pereira, “durante o maior conflito mundial, raramente se viu um oficial no posto de Schacht com tamanho poder de influenciar os rumos do conflito, usando apenas o seu livre arbítrio”. Diferentemente do que foi longamente aceito por nossa historiografia, a ordem de atacar o Brasil não partiu de Hitler. Assim, defende o autor.

Em dezembro de 1941, após o ataque japonês em Pearl Harbor, os norte americanos buscaram refúgio em países latino-americanos. Na época, a maioria rompeu relações diplomáticas com o Eixo, caminho também seguido pelo Brasil, em janeiro de 1942.

Em suma, por terem buscado refúgio em terras brasileiras, os aliados hesitavam em arrastar, para a guerra, um país despreparado militarmente como o nosso. Para se ter uma ideia, o próprio primeiro-ministro da Inglaterra, Winston Churchill, se mostrou cético quanto à capacidade do Brasil.

Em contrapartida, o rompimento de relações diplomáticas do Brasil com os países do Eixo tornou os navios brasileiros alvo de ataques dos submarinos alemães.

O Pearl Harbor brasileiro

Cerca de 19 navios mercantes brasileiros foram torpedeados, na costa do país. Em resposta aos apelos da sociedade, o Brasil decretou o estado de beligerância. O Brasil, além disso, decidiu também entrar na guerra contra a Alemanha e a Itália.

A participação militar, direta do Brasil na guerra, assegurou de vez o domínio da chamada Cintura do Atlântico. A Cintura do Atlântico é o trecho de oceano entre o Nordeste brasileiro e a África. Além de ter assegurado o domínio da região, a presença do Brasil, na guerra, permitiu o que reequipamento de tropas, na Ásia, na África e na URSS, fosse feito, depois que outras rotas haviam sido fechadas pela guerra.

Mesmo participando do evento, o Brasil não se tornou um ator influente, na construção da nova ordem internacional. De toda forma, o Brasil participou da Conferência de Paz de Paris, em 1946, e obteve um assento não-permanente, no Conselho de Segurança, da recém-criada Organização das Nações Unidas.

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