História

Aktion T4, o projeto secreto nazista que matou mais 300 mil pessoas deficientes

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Todo mundo está mais do que ciente do genocídio que foi o Holocausto. Mas o que nem todos sabem é que, antes e durante o Holocausto, os nazistas executaram um programa de assassinatos em massa, direcionado as algumas das pessoas mais vulneráveis, no caso, os deficientes. Esse foi o Aktion T4. Um projeto secreto, que visava eliminar bebês e crianças com deficiência, que eram consideradas impróprias para viver.

Com o tempo, o projeto passou a eliminar também os adultos e idosos com qualquer tipo de deficiência física ou mental. Os fundamento ideológicos do Aktion T4 eram bastante claros dentro do pensamento nazista. Desde muito tempo os líderes nazistas exigiam um controle científico sob a genética alemã. Eles tinham o objetivo de melhorá-la por meio da ação do Estado. E foi exatamente isso que eles fizeram, matando todos aqueles que, de alguma forma, “manchavam” a pureza e soberania alemã.

Por fim, o projeto terminou em 1941, depois de matar cerca de 300 mil pessoas, sendo a maioria delas crianças. Todas essas vítimas ajudaram os nazistas a aperfeiçoarem os métodos que logo seriam usados no Holocausto.

Higiene racial

O próprio líder do partido nazista, Adolf Hitler, já havia explicitado a noção nazista de “higiene racial”, em Mein Kampf. Ele escreveu que a Alemanha “deveria garantir que somente crianças saudáveis gerem filhos” usando “meios médicos modernos”. Esse era o pensamento nazista, que acreditava que assim produziria alemães adequados para força de trabalho e serviço militar. Assim, todo o resto deveria ser eliminado.

E então, quando os nazistas chegaram ao poder, em 1933, eles logo implementaram leis que exigiam a esterilização de deficientes físicos e mentais. E esse foi apenas o começo do horror. Ao todo, foram mais de 400 mil pessoas esterilizadas contra sua vontade pelos nazistas. Mas o pior estava por vir com o começo da guerra, em 1939. Foi nessa época, que os planos nazistas para os deficientes ficaram ainda mais drásticos.

Nasce o Aktion T4

Logo depois do início da guerra em 1939, Hitler começou um movimento para o seu plano onde pedia o assassinato em massa, de todos deficientes físicos e mentais, em toda a Alemanha. E assim nascia o projeto Aktion T4.

Hitler autorizou a criação do Comitê do Reich para o registro oficial de doenças hereditárias e congênitas liderado pelo seu médico, Dr. Karl Brandt, e o chefe da chancelaria nazista, Philipp Bouhler. Mas, ao invés disso, esses homens criam um sistema mortal. A cada nascimento, um funcionário teria que preencher um formulário onde deveria descrever quaisquer defeitos físicos ou outros defeitos observados na criança. Depois, três médicos revisariam os formulários. Sem ao menos examinar o paciente, eles o marcariam com uma cruz, se achassem que a criança deveria ser morta.

Duas em três cruzes já era o suficiente para que a criança fosse levada de sua casa sob o pretexto de receber assistência médica. Mas não era isso que acontecia, a criança era assassinada. E o que se seguiu, a partir disso, foi uma operação massiva, diferente de qualquer coisa que o mundo já tinha visto.

Em 1939, centenas de bebês e crianças foram removidas de suas casas e hospitais, e transportados para um dos seus locais de extermínio, Bernburg, Brandenburg. Grafeneck, Hadamar, Hartheim e Sonnenstein. Quando chegavam em algum desses lugares, as crianças recebiam doses fatais de luminal ou morfina. E, às vezes, o método de matar não era tão gentil.

O médico Hermann Pfannmuller deixava as crianças morrerem de fome. Porque segundo ele, esses era “um caminho mais natural e pacífico do que uma injeção química severa que interrompe o coração”.

Gradualmente, o programa foi se expandido, incluindo adolescentes, adultos e idosos. E a rede foi ficando cada vez mais ampla e os métodos de matança, cada vez mais padronizados.

Fim do programa Aktion T4

Depois de vários protestos e um golpe para os bolsões de resistência restantes, Hitler finalmente concordou em interromper o programa em agosto de 1941. Isso, depois de aproximadamente 300 mil pessoas terem sido mortas. Praticamente todas as vítimas eram alemãs ou austríacas, e quase a metade delas eram crianças.

E assim como foi com o Holocausto, apenas alguns nazistas responsáveis pelo programa Aktion T4 enfrentaram justiça. Philipp Bouhler cometeu suicídio depois de ser capturado após a guerra. Entre 1946 e 1974, o Tribunal Militar Internacional condenou vários médicos nazista à morte devido ao seu papel no programa, entre eles, do Dr. Brandt.

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