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Aplicativo de bate-papo exclui mais de 2.000 comunidades extremistas

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O portal de notícias NPR informou ontem, 05/04, que o Discord, um aplicativo de bate-papo em grupo, excluiu mais de 2.000 comunidades extremistas e com conteúdos violentos na segunda metade do ano passado. A decisão foi informada à imprensa pelo próprio aplicativo, via comunicado.

De acordo com a reportagem do portal NPR, das 2.212 comunidades extremistas e com conteúdos violentos que foram retiradas da plataforma, que cresceu popularmente entre os usuários das redes sociais durante a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, cerca de 1.500 haviam sido detectadas pela empresa – e não por denúncia, como de costume.

Conforme expõe o comunicado emitido pelo aplicativo, o número de comunidades excluídas é quase o dobro do número que foi vetado pela plataforma no primeiro semestre de 2020. “Continuamos a acreditar que não há lugar no Discord para grupos que se organizam em com base no ódio, violência ou em ideologias extremistas”, disse o Discord, em seu último relatório de transparência.

A decisão do aplicativo ocorreu no mesmo momento em que a Microsoft tenta adquirir a rede social. De acordo com a reportagem, publicada pelo portal NPR, a gigante da tecnologia, que pretende adquirir o aplicativo por US$ 10 bilhões, segue com as negociações, independente da atitude da plataforma.

Repleto de salas de bate-papo, o Discord funciona somente para convidados. Aqueles que passam a fazer parte da comunidade, podem se comunicar anonimamente. O aplicativo foi criado em 2015, como um hub para jogadores. Hoje, ramificou-se e serve como ponto de encontro para pessoas que participam de clubes de livros, que gostam de karaokê, querem trocar dicas de investimentos e etc.

Comunidades excluídas pelo Discord

Entre as comunidades que foram desativadas recentemente, algumas eram dedicadas ao movimento Boogaloo, que, basicamente, é contra as administrações governamentais. De acordo com o aplicativo Discord, “houve um aumento na atividade em comunidades extremistas devido ao QAnon, uma teoria da conspiração pró-Trump. De julho a dezembro, o Discord excluiu 334 comunidades relacionadas somente ao tópico em questão.

Desde que foi criada, a plataforma já encerrou as atividades de 30.000 comunidades. “As violações mais citadas foram crimes cibernéticos e conteúdo de teor explorador, que inclui pornografia e vingança”, revela a reportagem do portal NPR.

Conforme aponta a reportagem do portal, o aplicativo, desde que foi classificado como um paraíso para nacionalistas brancos e outros grupos que propagam o ódio, tem expulsado da plataforma, usuários que incitam a violência e que tentem criar comunidades perigosas.

Panorama

Para William Partin, analista de pesquisa da organização sem fins lucrativos Data & Society, o comunicado emitido pela plataforma Discord mostra que o aplicativo segue preocupado com a formação de “grupos de extrema direita”.

“Embora relatórios como este façam parte de uma campanha de relações públicas que pretende dizer: ‘Ei, estamos levando isso a sério’, acho que também é uma evidência de como essas comunidades extremistas têm crescido”, disse Partin em entrevista ao portal NPR.

O comunicado, mesmo sendo esclarecedor, oferece uma visão limitada sobre o assunto, afinal, o Discord não fornece dados sobre os usuários, apenas mostra estatísticas sobre o que os funcionários da empresa fazem no site.

“Se eu perceber que alguém assediando uma pessoa no Twitter, posso denunciá-lo, mas no caso do Discord, eu tenho que estar no lugar certo e na hora certa”, explica Partin.

Segundo o aplicativo, 15% de seus funcionários que trabalham em tempo integral dedicam-se a promover a segurança. A porcentagem é similar a de redes sociais maiores, como, por exemplo, Facebook e Twitter.

Contas

No segundo semestre de 2020, o aplicativo excluiu cerca de 266.000 contas. Todas com base no mesmo motivo: conteúdo sexual envolvendo menores. De acordo com os funcionários da Discord, embora o assédio seja o problema frequentemente relatado pelos usuários, o número de denúncias envolvendo crimes cibernéticos aumentou drasticamente no final do ano passado, quase 250% em relação ao primeiro semestre de 2020.

Além disso, o spam continua a atormentar a plataforma. Os funcionários que trabalham visando a segurança removeram 3,2 milhões de contas por promoverem “um comportamento de spam” – envio de mensagens automatizadas e em grandes quantidades.

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