Assim como nós, humanos, o nosso planeta também está constantemente em evolução ou retrocesso, infelizmente. O aquecimento global é um dos responsáveis por vários desastres que danificam o nosso planeta. No entanto, os humanos são os principais culpados por esse aquecimento e por mudanças climáticas. Vivemos em uma situação de perda e estima-se que, com o passar do tempo, diversas coisas naturais deixarão de existir em todo o planeta.
Uma das coisas que a mudança climática provocou foi grandes mudanças na estabilidade do oceano mais rápido do que se imaginava. Segundo um estudo publicado, que levantou os alarmes a respeito do papel dos oceanos como termostato global e a vida marinha que ele sustenta.
Esse estudo analisou 50 anos de dados e acompanhou a forma como a água da superfície de “desacopla” do oceano mais profundo. A mudança climática interrompeu a mistura dos oceanos. Esse processo ajuda a armazenar a maior parte do excesso de calor do mundo, além de uma proporção bem significativa de CO2.
A água da superfície é mais quente, por isso, menos densa do que a água no fundo. Esse contraste é intensificado por conta das mudanças climáticas. Além disso, o aquecimento global também está fazendo com que grandes quantidades de água doce cheguem até os mares por conta do derretimento das camadas de gelo e geleiras. Isso diminui a salinidade da camada superior e diminui ainda mais a sua densidade.
Com esse contraste entre as camadas, aumentando a mistura delas fica mais difícil. Isso faz com que o oxigênio, o calor e o carbono sejam menos capazes de penetrar nas profundezas.
“Semelhante a uma camada de água sobre o petróleo, as águas superficiais em contato com a atmosfera misturam-se de forma menos eficiente com o oceano subjacente. Nós já mostramos que essa mudança ocorreu em um ritmo muito mais rápido do que se pensava anteriormente: mais de seis vezes mais rápido”, disse o principal autor, Jean-Baptiste Sallee, da Sorbonne University e do centro de pesquisa científica nacional CNRS da França.
O estudo se baseou em informações globais de temperatura e salinidade registradas entre 1970 e 2018, focando nos meses de verão, que são os que têm mais dados.
Outra descoberta dos pesquisadores foi que, ao contrário do que eles imaginavam, o ventos fortalecidos pela mudança climática também agiram para aprofundar a camada da superfície do oceano entre cinco e 10 metros por década no último meio século.
Os oceanos têm um papel crucial na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, já que eles absorvem aproximadamente um quarto de CO2 que é produzido pelo ser humano e absorvem mais de 90% do calor gerado pelos gases de efeito estufa, segundo o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC).
“Mas, ao se estabilizar, o papel do oceano para amortecer as mudanças climáticas se torna mais difícil, pois fica mais difícil para o oceano absorver essas vastas quantidades de calor e carbono”, disse Sallee.