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Por que os cientistas calcularam todos os cocôs de peixes nos oceanos do planeta?

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Todos os seres do planeta evacuam. Várias pessoas sabem que, através das fezes de uma pessoa, é possível observar como anda o estado de saúde física da mesma. O cocô do peixe, por exemplo, está cheio de carbono. E o oceano está cheio de cocô de peixe.

De acordo com um novo estudo, é estimado que até 16% de todo o carbono dos oceanos do mundo venha das fezes dos peixes, do bafo de peixes e outras excreções desses animais.

Isso é aproximadamente 1,65 bilhão de toneladas de carbono liberado para as profundezas anualmente. E todas essas fezes são parte do que faz o oceano ser o maior sumidouro de carbono ativo do mundo.

Por mais que existam evidências que mostram que o krill e o zooplâncton ajudam a sequestrar o carbono da superfície para as profundezas do oceano, os peixes apareceram recentemente como uma parte crucial nessa bomba biológica.

“Nosso estudo é o primeiro a revisar o impacto que os peixes têm no fluxo de carbono”, disse a ecologista oceânica, Grace Saba, da Rutgers University-New Brunswick.

Estudo

A ecologista admite que existe uma grande incerteza nas novas estimativas. Até porque não existem muitos estudos a respeito da quantidade de carbono dos peixes em águas regionais e muito menos globais.

Por conta disso, mais pesquisas são desesperadamente necessárias sobre a abundância de peixes, sua biomassa coletiva e o papel desses animais no transporte de carbono para melhorar as estimativas atuais.

Para esse estudo, os pesquisadores analisaram cinco estudos anteriores publicados a respeito do fluxo passivo do carbono em cocô de peixes. Além de menos de 10 estudos sobre o transporte ativo de fezes de peixes para águas profundas. Isso foi tudo que eles conseguiram encontrar na literatura disponível.

Os resultados sugeriam que os excrementos de peixes são uma fonte potencialmente significativa de carbono para o oceano profundo. Os estudos mostram que, em um único dia, longos cilindros de fezes de peixes podem afundar ou serem carregados por milhares de metros. E estranhamente, essas pelotas são resistentes à decomposição na água.

Os pesquisadores criaram um modelo global e estimam que os peixes podem ter aproximadamente o mesmo impacto no fluxo total de carbono do que o zooplâncton. Mesmo que as estimativas para esse último sejam bem mais certas.

“O transporte passivo e ativo para baixo de matéria particulada e dissolvida mediado por peixes são provavelmente componentes significativos do fluxo de carbono orgânico e inorgânico no oceano, mas a informação é incerta e incompleta. Mesmo com as informações disponíveis sendo principalmente de estudos de curto prazo que exibem alta variabilidade relatada entre locais específicos, a evidência sugere um papel maior desempenhado pelos peixes no ciclo do carbono do que se pensava anteriormente”, escreveram os pesquisadores.

Peixes

Os peixes parecem ser vitais para o armazenamento de carbono oceânico nas partes mais profundas. Seja por meio da sua própria biomassa, por sua migração ativa, respiração ou até mesmo o cocô. Contudo, sem ter mais dados a respeito é impossível dizer o quão vitais os peixes são com total certeza.

Isso quer dizer que, em última análise, os pesquisadores não sabem que efeitos as mudanças climáticas ou então a captura continua de peixes terá para a taxa ou magnitude do fluxo de carbono nos oceanos.

“Com base nos dados fragmentados atuais, é impossível estimar a significância total do carbono dos peixes. Proteger ecossistemas e organismos marinhos para aumentar sua contribuição para a captura e armazenamento de carbono pode ser apenas um componente de alto impacto, transversal e de baixo custo de planos mais amplos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, disse a bióloga marinha Angela Martin em 2017.

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