Ciência e Tecnologia

Atingimos os níveis de dióxido de carbono mais altos em três milhões de anos

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Não restam dúvidas de que o planeta Terra estava bem melhor antes dos seres humanos. O fato é que, por onde passa, o homem deixa um rastro de caos e destruição. E quando falamos de destruição, estamos falando da nossa casa, estamos destruindo o nosso próprio lar. E o que não faltam são provas disso, basta olhar o que estamos fazendo com as florestas e oceanos. Descobertas recentes mostram que os níveis de dióxido de carbono na atmosfera terrestre são os mais altos em três milhões de anos. Antes disso, os seres humanos nem vagavam pelo planeta ainda. Então, não é difícil imaginar o que levou a essa mudança.

As descobertas alarmantes foram feitas por sensores no Observatório Mauna Loa, no Havaí. Os resultados detectaram que a concentração de dióxido de carbono (CO2) atingiu 415 partes por milhão (ppm). Se continuarmos nesse ritmo, as consequências devastadoras serão irreversíveis e as gerações futuras que sofreram com elas.

O que isso significa?

Na prática, 415 ppm significa que, para cada milhão de moléculas de gás na atmosfera, 415 são de dióxido de carbono. Esse subproduto, derivado da queima de combustíveis fósseis, retém o calor do sol na atmosfera. E está diretamente relacionado ao aquecimento global. Há seis anos atrás, em 2013, esses níveis eram de 400 partes por milhão.

A última vez que os níveos de CO2 foram tão altos foi durante a época do Plioceno. Época que se estendeu de 5,3 milhões a 2,6 milhões de anos atrás. Nesse período, as florestas se estendiam até o Norte do Ártico e os níveis do mar eram 50 pés mais altos do que hoje em dia.

Rob Jackson, é professor de ciência do sistema terrestre da Universidade de Stanford, na Califórnia e disse que “A Terra era um lugar muito diferente. Você dificilmente reconheceria a superfície da Terra, e meu Deus, nós não queremos ir para lá”.

Mas se os níveis de dióxido de carbono continuarem a subir nesse ritmo, estimativas apontam que, em 30 anos, possa se atingir os 500 ppm. Isso resultaria em um aumento significativo das temperaturas globais, aos menos dois graus Celsius acima da média atual.

Consequências

“Estamos correndo em direção a um estado muito diferente do tipo em que os humanos evoluíram e que a civilização se desenvolveu”, disse Ralph Keeling, geoquímico do Scripps Institution of Oceanography em La Jolla, na Califórnia.

Em entrevista à NBC News, Gavin Schmidt, que é climatologista e dirige o Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, em Nova York, levantou um alerta sobre a situação. Segundo ele, é necessário tomar medidas o quanto antes para impedir que o problema tome maiores proporções.

“Nenhum desses números específicos são realmente limiares, no sentido de que algo em particular acontece quando os cruzamos”, disse ele. “Mas à medida que passamos por eles, estamos colocando o pé no acelerador da mudança climática, e os impactos e danos continuarão a subir”.

No entanto, segundo especialistas, alguns efeitos desse aumento no nível de CO2 na atmosfera serão evidentes a curto prazo. E já estamos vivenciando a perda de vegetação e cobertura de gelo marinho. Outros aconteceram mais lentamente, como o derretimento das camadas de gelo na Antártida e na Groenlândia. Porém, quando isso acontecer, a professora Dana Royer, da Universidade de Wesleyan diz que “não podemos realmente reverter isso”.

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