Dentre as doenças mais temidas do mundo está o câncer. Esse é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado, maligno, de células. Esse crescimento desordenado provoca o aumento significativo na região envolvida. Pode acontecer também de haver a invasão de tecidos e órgãos adjacentes. Em alguns casos, pode acontecer das células cancerosas se espalharem pelo organismo, pelos vasos sanguíneos ou linfáticos e para diferentes partes do corpo. Isso são as chamadas metástases.
Infelizmente, mesmo com tratamento, algumas pessoas não conseguem vencer a batalha contra a doença. Por mais que alguém não tenha tido um caso de pessoa com câncer na família, é quase impossível não conhecer alguém que já foi afetado pela doença.
O biólogo César Filho, quando era criança, não entendia muito bem o conceito de “propósito”, “causa” ou até mesmo a ideia de sonho. Contudo, depois de formado, ele ajudou a criar um negócio que tem melhorado a qualidade de vida dos pacientes com câncer em todo o Brasil.
Ele criou o WeCancer, um aplicativo de gestão de saúde remota que já impactou a vida de milhares de pessoas. O impacto da criação do biólogo foi tanto que sua história foi destaque no último dia do evento que marcou o lançamento da edtech Escola de Liderança, da Fundação Estudar. A escola propõe um modelo de assinatura para facilitar o acesso de estudantes a todos os cursos e iniciativas da organização.
Nesse evento, o biólogo conversou com Anamaíra Spaggiari, Diretora Executiva da instituição, e contou como foi o seu processo de descoberta do seu propósito de carreira e também como a Fundação Estudar foi fundamental para os seus primeiros passos.
Propósito
“Eu até me emociono quando me lembro de que houve momentos em que minha mãe deixou de comer para que eu pudesse comer. E de momentos em que a energia foi cortada e nós tivemos que tomar banho frio. Eu sentia raiva daquilo”, contou ele.
Por mais que César não entendesse os motivos de existir tanta injustiça no país, ele tentava entender os mecanismos que permitiam tanto sofrimento para sua família. E mesmo passando dificuldades, a mãe do biólogo o levava a voluntariados. Lá, ele percebia que fora da sua casa existiam histórias mais tristes ainda.
“Se eu achava que tinha dificuldades, ali eu via que existiam pessoas que nem possuíam perspectivas. Eu sentia dentro de mim que, a partir dali, eu queria ajudar pessoas”, disse.
Durante sua adolescência, César teve o desejo de estudar biologia. Então, ele fez o vestibular e passou para o curso da Universidade Federal do Espírito Santo. Na faculdade, ele se envolveu com projetos de extensão universitária ligados à saúde e, principalmente, à saúde pública.
No entanto, foi apenas depois de formado que ele percebeu definitivamente que a saúde pública brasileira, no estado em que se encontra, pode mudar de forma trágica o destino das pessoas.
Até porque, foi nesse momento que sua mãe foi diagnostica com câncer e começou o tratamento pelo Estado. Por conta da falta de apoio e assistência médica adequada, a mãe de César acabou falecendo.
Enquanto ele lidava com seu luto, ele viu que sua história precisava servir de alguma forma para mudar a realidade.
Carreira
Com o sentimento em mente depois da morte de sua mãe, César sabia que algo precisava ser feito em relação à saúde e à desigualdade. “O problema é que eu não sabia como fazer algo. Eu era de uma família do interior, apenas o primeiro a ir para universidade, e vindo de um curso de ciências as perspectivas eram apenas acadêmicas pra mim”, pontuou.
Nesse momento que ele encontrou a Fundação Estudar e fez seu primeiro curso na instituição. Segundo ele, o Liderança 32h foi o primeiro momento em que ele ouviu sobre propósito e protagonismo.
“Eu tive contato pela primeira vez com a ideia de que sonhar grande dava o mesmo trabalho que sonhar pequeno. Aquilo fazia muito sentido pra mim e eu compreendi através do curso que era possível tirar os meus sonhos do papel”, contou.
Foi a partir disso que o biólogo entendeu que poderia fazer algo pelas pessoas e começou a criar pequenos projetos sociais.
Aplicativo
Depois de um tempo, ele teve a ideia de criar um aplicativo para monitorar sintomas de pacientes com câncer e ajudá-los na jornada oncológica. “Ninguém estava fazendo isso comercialmente, e então eu decidi tentar. Eu pensava que, se desse certo, aquilo poderia mudar a vida de muita gente”, contou.
Agora, seis anos depois da criação do aplicativo, ele já impactou mais de oito mil pacientes com câncer, ajudou a salvar vidas e empregou 22 pessoas.
“Para montar o meu negócio, eu bebi de algumas fontes de conhecimento e o primeiro lugar foi o autoconhecimento. Eu precisava saber quais eram minhas fraquezas e fortalezas. Investi muito tempo nisso. Os cursos da Fundação Estudar me ajudaram muito”, concluiu ele.
Fonte: Exame
Imagens: Exame, Medicina SA, Dom total
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