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Cão fica mais de 24 horas ao lado de outro que morreu atropelado

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Os cães são animais muito fiéis, tanto com seus tutores quanto com os outros animais com os quais eles costumam conviver. Da mesma forma, eles sentem tristeza quando estão longe de seus donos ou amigos e sofrem com a partida deles. No dia 1 de março, um registro feito na cidade de Xanxerê, em Santa Catarina, mostrou exatamente isso: um cãozinho ficou mais de 24 horas ao lado do corpo de um outro animal morto após ser atropelado.

A imagem viralizou nas redes sociais. O cãozinho não saiu do local mesmo quando choveu. Ao G1, a protetora de animais Edilene Balen afirmou que os dois cães viviam nas ruas. “Saber que o bichinho ficou ali debaixo de chuva e sol por mais de 24 horas, sem comer e sem tomar água, esperando que o outro revivesse, arrebenta a alma de quem gosta dos animais. É muito triste”, disse Edilene.

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Segundo Edilene, quem atropelou o animal não prestou socorro. Na terça-feira, após a imagem começar a circular na cidade, o animal morto foi recolhido por moradores. Já o outro, segue nas ruas, e um grupo de protetores procura um tutor para ele.

Por que os cães são tão leais?

Cães possuem um parentesco com lobos, já que ambas as espécies possuem um ancestral em comum. Basicamente, pode se dizer que a característica que começou a distanciar os cães dos lobos é a capacidade de socializar. De acordo com o neurocientista autor do livro “Como os cães nos amam”, Gregory Berns, é possível observar claras semelhanças entre os lobos e os cães atuais, mas há uma diferença fundamental.

“Dos lobos ancestrais, aqueles mais sociáveis, que conviviam com os humanos, foram esses que provavelmente deram origem às espécies que antecederam os cães. Eles se juntaram aos humanos e evoluíram para esta condição. Já os antissociais se tornaram os lobos selvagens atuais e sem qualquer ligação com humanos”, afirma Berns.

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Entre as características observadas, que são comuns a lobos e cães, estão o comportamento de lamber uns aos outros em uma espécie de cumprimento durante um reencontro. A função de socialização desta ação existe, mas nos lobos também pode significar uma forma de checar se o outro possui comida e o que trouxe para “casa”.

Já o neurocientista Giorgio Vallortigara ressalta que a forma de cumprimentar apresentada por cada espécime de lobo, assim como nos cães selvagens, varia de acordo com a personalidade. Porém, os lobos vão mudar conforme a relação que mantêm um com o outro. Para as espécies atuais de cães, a habilidade de ser domesticado e interagir com humanos na linguagem de gestos e sinais tem sido a mudança mais significativa da adaptação para sociabilidade.

Jessica Hekman, veterinária que mantém um blog sobre cães, relatou o que observou quando esteve no Parque dos Lobos em Battle Ground, Indiana, Estados Unidos. Segundo ela, um estudo procurou afastar alguns lobos durante alguns dias e depois colocá-los novamente juntos.

Durante o reencontro, ela afirmou que os lobos apresentam um comportamento extremamente efusivo entre si, o que não é comum acontecer tanto entre os cachorros. Os cães têm esse tipo de atitude mais esporadicamente e com menos intensidade.

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Além do fato de respeitar uns aos outros, os cães também reconhecem e respeitam seus tutores humanos. Eles são capazes de reconhecer as pessoas pelo cheiro e diferenciar aqueles que são de seu convívio dos que não são. No livro escrito por Gregory Berns, o autor se utiliza de um estudo para explicar que o cheiro de um humano familiar ativa uma resposta de recompensa no cérebro e nenhum outro perfume produziu esse efeito nos cães analisados.

A pesquisa foi realizada a partir de imagens do cérebro dos cachorros quando submetidos a estímulos. O pesquisador explica que o estudo tem revelado que os cães de fato amam os seus donos, mas não por associação a alguma coisa, como por exemplo, comida. “Eles amam a companhia de seres humanos simplesmente por ficarem juntos”, completou Berns.

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Outras pesquisas também apontaram que o comportamento de um cachorro é semelhante ao de um bebê quando encontra a mãe. Eles sentem proteção e alegria quando estão perto daqueles que lhes dão atenção e cuidado. Entretanto, a variação na forma de receberem cada pessoa, a cada dia, varia de acordo com alguns fatores.

Entre eles, o temperamento do cão, a personalidade do dono, a natureza da relação, níveis de estresse e ansiedade e a capacidade de autocontrole do cão. No geral, eles reconhecem muito bem aqueles que são próximos a eles e ficam, de fato, muito felizes quando estão perto dos tutores.

Fontes: G1 e Mega Curioso

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