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Cientistas descobrem bactéria gigante visível a olho nu

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Os cientistas não param. Afinal, o ramo da ciência exige um trabalho árduo e constante. Justamente por isso, eles estão sempre fazendo novas descobertas e se surpreendendo com várias delas, como essa bactéria, que é a maior já encontrada na natureza.

A bactéria descoberta é tão grande que ela pode ser vista a olho nu, ou seja, sem a necessidade de um microscópio. O nome da bactéria é Thiomargarita magnifica, e ela se parece com fiapos brancos. Ela está presente nos mangues de Guadalupe, arquipélago localizado no sul do Caribe.

Para entender mais sobre o tamanho dessa bactéria, ela tem mais de nove micrômetros de comprimento, sendo um micrômetro a unidade de medida que equivale à milésima parte de um milímetro, ou seja, ela é maior que 0,9 centímetro.

“A princípio, isso nos faz questionar até o uso de ‘micro’ para descrever essas bactérias, já que a microbiologia lida com coisas que a gente não vê a olho nu”, disse a bióloga Sylvia Maria Affonso Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Descoberta

G1

Até essa descoberta, as bactérias conhecidas chegam, no máximo, a 750 micrômetros. E em média, elas têm aproximadamente dois micrômetros. O que significa que a T. magnifica é 12 vezes maior quando comparada com as bactérias menores. Além disso, ela chega a ser 4,5 mil vezes mais comprida do que um micróbio “típico”.

Por exemplo, seria possível colocar em fileira 625 mil unidades de Escherichia coli, que é um dos micro-organismos causadores de infecções intestinais, na superfície de uma única T. magnifica.

No entanto, é bom lembrar que nem todas as bactérias fazem mal para a saúde humana. No caso da T. magnifica, por exemplo, ela não parece apresentar nenhuma ameaça, além de também parecer estar em equilíbrio com o seu ambiente.

De acordo com os autores, “esses achados desafiam o conhecimento tradicional sobre as células bacterianas”.

A descoberta foi feita com a colaboração de pesquisadores de várias instituições, como por exemplo, o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, e a Universidade das Antilhas, em Guadalupe.

Não tão micro assim

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Essa bactéria foi encontrada perto de folhas que caem de árvores que estão nos mangues das ilhas de Guadalupe. Depois da descoberta, os pesquisadores usaram várias técnicas e equipamentos para conseguir desvendar a estrutura e o metabolismo dessa nova bactéria.

Pelo resultado, ela faz parte de um grupo conhecido como bactérias sulfurosas. O que quer dizer que elas usam o enxofre, um elemento químico presente em abundância nas àguas do mangue, para sobreviver e se multiplicar.

“As bactérias são seres unicelulares, compostos de uma única célula, que possui o material genético disperso em seu interior. Enquanto que nos organismos mais complexos, o DNA fica guardado dentro do núcleo da célula”, explicou Silva.

No caso da T. magnifica, o DNA parece ficar no meio do caminho entre essas duas possibilidades, já que os mais de 11 mil genes dela são encapsulados dentro de estruturas membranosas.

“Essa organização genética diferenciada é algo muito interessante e que chama a atenção, porque ela parece ficar na transição entres seres procarióticos, como outras bactérias, e os eucarióticos, que são mais complexos”, disse Silva.

Bactéria

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Segundo os pesquisadores que fizeram a descoberta, essa configuração diferente tem uma “inovação característica de células mais complexas”. “É possível que essa organização espacial única indique um ganho de complexidade que pode ter permitido à T. magnifica superar limitações de tamanho e de volume tipicamente associadas às bactérias”, disseram eles.

Entretanto eles não sabem ainda o motivo de essa nova espécie ter ficado tão grande em comparação às suas primas-irmãs.

“Por que esses organismos precisam ser tão compridos é outra questão intrigante e desafiadora”, considerou a microbiologista Petra Anne Levin, da Universidade Washington em St. Louis, nos Estados Unidos.

“Outra pergunta mais filosófica é se a T. magnifica representa o limite máximo do tamanho de uma bactéria. Isso parece improvável e, como o próprio estudo ilustra, as bactérias são infinitamente adaptáveis e surpreendentes, e nunca devem ser subestimadas”, concluiu ela.

Fonte: G1

Imagens: G1

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