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Como funciona a hipnose?

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Segundo a Associação Americana de Psicologia, a hipnose é um estado de consciência que envolve atenção focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão. A hipnose modifica o padrão de consciência, ou seja, o indivíduo focaliza sua atenção por meio de uma indução, concentrando a mente e direcionando seus pensamentos.

O termo hipnose vem do grego hypnos, que pode ser traduzido como sono. No entanto, hoje, já se sabe que o estado hipnótico não está relacionado ao sono. Quando se está em hipnose, a pessoa não está dormindo. Esse estado de consciência recebeu o nome de “hipnose” devido ao médico e pesquisador britânico James Braid, que o introduziu pois acreditou tratar-se de uma espécie de sono induzido (Hipnos era também o nome do deus grego do sono). Quando tal equívoco foi reconhecido, o termo já estava consagrado, e permaneceu nos usos científico e popular.

No entanto, a hipnose é anterior ao pesquisador. Diversos autores relatam práticas hipnóticas  em tempos e povos antigos, como gregos, egípcios, tupis, etc. Porém, os primeiros registros dos quais o homem tem acesso datam a utilização da hipnose já em 1776, quando o médico alemão Franz Anton Mesmer desenvolveu sua tese de doutorado sobre esse assunto.

Na época, ele defendia que o corpo humano era composto por fluidos magnéticos, e que quando esses fluidos entravam em desequilíbrio, poderiam causar diversos problemas. Por esse motivo, o médico acreditava que essas contravenções deveriam ser corrigidas. Logo depois, ele começou a aplicar técnicas semelhantes às da hipnose moderna em pacientes.

O médico fez experiências com imãs para alterar o campo magnético estudado por ele, e portanto, realizar curas. Posteriormente, ele concluiu que os mesmos efeitos poderiam ser criados com movimentos das mãos, a uma distância, na frente do corpo do paciente, conhecido como “passes mesméricos”. A palavra mesmerizar se origina do nome de Franz Anton Mesmer.

Devido à abordagem utilizada, Mesmer chegou a se tornar famoso em Paris, na França. Porém, anos mais tarde, foi chamado de charlatão por outros cientistas. Médicos também duvidaram das práticas de Mesmer, já que ele conseguia resultados em muitos casos nos quais os médicos convencionais não conseguiam ajudar. 

As técnicas do pesquisador foram proibidas e viraram sinônimo de feitiçaria e motivo de chacota. Foi em 1843 que James Braid deu continuidade aos estudos, porém, com uma abordagem mais aceita pela comunidade científica da época. Foi exatamente nessa época que ele batizou a técnica com o termo “hipnose”.

A partir daí, diversos outros pesquisadores começaram a estudar o assunto, como o francês Jean-Martin Charcot, considerado o pai da neurologia, e o médico fisiologista russo Ivan Pavlov, conhecido principalmente pelas pesquisas sobre condicionamento reflexo ou respondente. Anos mais tarde foi fundado, em Londres, o “Mesmeric Hospital”, por John Elliotson, discípulo de Mesmer.

Atualmente, a hipnose é entendida como um método terapêutico reconhecido pelos Conselhos Federais de Medicina, Odontologia, Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. As utilizações mais comuns do método são em casos de ansiedade, estresse pós-traumático, depressão, fobias, transtorno obsessivo compulsivo e dificuldade de memorização. 

Como a hipnose é aplicada?

Algumas pessoas podem ser hipnotizadas com mais facilidade do que outras. Alguns indivíduos apresentam maior resistência e uma das hipóteses para isso é que alguns não se sentem à vontade com a sensação de serem controlados. Considerando que cada pessoa está no controle de sua mente, mesmo em estado hipnótico, se não houver o desejo de se entregar à hipnose, isso não vai ocorrer. 

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É importante que o terapeuta responsável pela hipnose construa uma relação de confiança com o paciente. Afinal de contas, o indivíduo permite que o hipnotizador o guie através de pensamentos. O objetivo da psicoterapia é o aprendizado e a reorientação. A aplicação é realizada por hipnoterapeutas de diferentes categorias profissionais. Normalmente, a técnica é aplicada por médicos e psicólogos. É importante frisar que eles não controlam a mente do paciente, mas apenas o ajudam na trajetória de guiar a mente.

Há todo um conjunto de técnicas desenvolvidas para levar o paciente a experimentar tal estado especial, como as sugestões verbais, a indução de relaxamento ou visualizações, a concentração de foco de atenção e a aplicação de estímulo de qualquer natureza, repetitivo, rítmico, débil e monótono. A eficácia da técnica não é a mesma para todos, da mesma forma que sua aplicação também não. Cada ser possui uma história única e é a partir disso que a hipnose age, de forma adaptada para cada um. 

Não é sempre que um paciente em hipnose entra em estado de transe, mas quando isso não acontece não quer dizer que o indivíduo está dormindo. As expressões “durma” e “sono” são comumente utilizadas nesse momento, mas não há de fato a indução ao sono ou estado inconsciente. Nesses casos, o paciente fica relaxado, mas ainda em vigília.

A parte mais importante da indução hipnótica se denomina “rapport”, que pode ser definida como uma relação de confiança e cooperação entre o hipnólogo e o paciente. Caso haja qualquer violação desta relação ou ameaça à integridade do paciente, a pessoa hipnotizada consegue interromper voluntariamente o estado de transe. 

Há, também, a possibilidade de realização da auto-hipnose. Ou seja, o paciente é ensinado a desenvolver o estado de transe hipnótico em si mesmo. A velocidade do aprendizado e os fenômenos que podem ou não ser desencadeados variam de pessoa para pessoa. O treinamento é composto de uma série de exercícios que vão aperfeiçoando a capacidade do indivíduo de aprofundar a sua experiência hipnótica. Dessa maneira, toda a prática acontece com o consentimento e participação do paciente. 

Certificação da profissão

Na Inglaterra e em muitos países europeus, não é exigida formação para que o hipnotizador exerça efetivamente a hipnoterapia. É necessário apenas que o interessado passe por uma banca examinadora, que avalia se ele é capacitado para exercer o ato. Nos Estados Unidos, a profissão de hipnoterapeuta está registrada no catálogo federal de ocupações há mais de 30 anos.

No país, profissionais não formados nas áreas de medicina ou psicologia trabalham apenas com mudanças vocacionais. Sob recomendação, eles podem auxiliar em tratamentos médicos e psicológicos através da hipnoterapia. Já no Brasil, a hipnose é uma técnica de livre exercício. Ou seja, a legislação não restringe o uso da hipnose apenas a médicos, odontólogos e psicólogos.

Assim, todos os profissionais que aprenderam as técnicas de hipnoterapia podem utilizar esta técnica sem nenhuma restrição. Nada impede que profissionais da saúde, tais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros e paramédicos, entre outros, se utilizem de hipnose para beneficiar a seus pacientes.

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