Ciência e Tecnologia

Conheça a nave que foi criada para registrar o sol de perto

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A sonda Solar Orbiter, apelidada de SolO, acaba de ser construída e, em breve, será lançada. O objetivo? Em suma, tirar fotos do Sol. Sim, já temos fotos da estrela. No entanto, a nave nos oferta outra perspectiva. As fotos serão feitas de uma maneira nunca vista antes. Como? A sonda foi projetada para tirar fotos de uma proximidade única.

Basicamente, a nave fará seu trabalho de dentro da órbita do planeta Mercúrio. De acordo com especialistas envolvidos no projeto, esse é o ponto mais próximo que se pode chegar de nossa estrela. Por isso, com esta aproximação, os cientistas esperam que as observações obtidas pela nave ajudem a compreender melhor o que impulsiona a atividade do sol.

A nave, nesse ínterim, torna a empreitada fascinante por não sofrer interferência, direta ou indireta, do chamado vento solar. Analogamente, o vento solar, ou rajadas de partículas, é capaz de danificar satélites, interferir em comunicações realizadas via rádio, e até mesmo, derrubar redes elétricas na Terra.

“Estamos fazendo isso não apenas para aumentar nosso conhecimento, mas também para sermos capazes de adotar precauções – por exemplo, colocando satélites em modo de segurança quando sabemos que grandes tempestades solares estão chegando ou impedindo que astronautas deixem a estação espacial neste cenário”, explica Daniel Müller, cientista da Agência Espacial Europeia (Esa), que participa do projeto do SolO.

Lançamento

A SolO tem lançamento previsto para fevereiro de 2020. A sonda, acoplada a foguete, foi projetada em Stevenage, Reino Unido. O projeto foi desenvolvido pela Airbus. Até o momento, foram investidos no projeto cerca de 220 milhões de euros.

Inicialmente, o projeto foi avaliado em 1,5 bilhão de euros. Em 2018, a SolO passou por diversos testes nas instalações da empresa IABG, em Ottobrunn, na Alemanha. Na ocasião, a nave cumpriu com sucesso todas as provas.

O próximo passo é enviar a nave para a Flórida, nos EUA. Ali, a sonda será acoplada ao foguete Atlas. Em suma, a nave foi concebida no final dos anos 1990, com um contrato para ser produzida em 2012.

Devido a alguns contratempos, como, por exemplo, a necessidade de pesquisar tecnologias que pudessem proteger este satélite, o projeto foi concluído apenas este ano. A nave, de acordo com os envolvidos no projeto, chegará a até 43 milhões de quilômetros do Sol.

Obstáculos

A SolO pode resistir à altas temperaturas porque é protegida por uma espécie de escudo de titânio. Além disso, a nave é também refrigerada por uma complexa série de radiadores. Nesse ínterim, para que a SolO possa lidar com vários eventuais problemas, foram projetados sistemas inteligente de recuperação de falhas.

“Se houver qualquer desvio, rapidamente teremos problemas térmicos”, explica Ian Walters, gerente de projetos da Airbus. “Nosso requisito é garantir a recuperação sob qualquer cenário de falha dentro de 50 segundos. Na verdade, estamos projetando-a para que volte ao normal em 22 segundos, tudo de forma autônoma”.

Para capturar imagens da estrela, a nave possui vários “olhos mágicos” instalados em seu escudo. Fotos e vídeos enviados à Terra terão uma resolução sem precedentes. “É incrível: a cada vez que conseguimos uma melhor resolução, vemos cada vez mais coisas”, comemora Holly Gilbert, cientista representante da agência espacial americana na missão.

“As interações entre o plasma do Sol (gás energético) e seu campo magnético são incrivelmente dinâmicas, não apenas em grandes escalas, mas também em escalas muito, muito pequenas”.

“Quando os campos magnéticos interagem no processo explosivo chamado de ‘reconexão’, isto ocorre em uma região muito pequena. Para saber como este processo leva às erupções, precisamos ver as pequenas coisas que estão acontecendo”.

Em relação às anteriores, a nova sonda deve tirar as primeiras imagens aproximadas das regiões polares de nossa estrela. Analisar tais regiões é crucial para entender o comportamento magnético e a geração dos ventos solares.

“Nunca vimos os polos solares diretamente porque, da Terra, o que conseguimos ver não é muito nítido”, explica Frédéric Auchère, pesquisador da missão, que representa o Institut d’Astrophysique Spatiale, da França.

“Mas essas regiões são muito importantes porque são fontes de ventos solares muito rápidos. Também sabemos que coisas acontecendo nos polos podem ser a chave para entender a atividade solar e o ciclo solar”.

A SolO sucede a sonda Parker Solar Probe, lançada no ano passado.

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