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Conheça a origem pagã das festas juninas na Roma Antiga

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O Vaticano instituiu, no século 6, o dia 24 de junho para a comemoração do nascimento de São João, o responsável por batizar Jesus Cristo, e com isso, inicia-se a tradição da festa junina católica. No entanto, antes disso os povos europeus já celebravam esta data, com grandes fogueiras, a chegada do Sol e do calor. 

Em 58 a.C., quando Júlio César conquistou a Gália (França), os bárbaros já celebravam o solstício do verão, no dia 22 ou 23 de junho. Esse é o momento em que o Sol para de se afastar e volta a incidir sobre o hemisfério norte. A palavra “solstício” vem do latim e significa “sol estático”.

“Os cultos pagãos eram rituais de abundância e fertilidade”, explica a professora Maria Montes, antropóloga da Universidade de São Paulo (USP).

Essas celebrações contavam com sacrifícios de animais e oferendas de cereais para afastar os demônios da esterilidade, das pestes agrícolas e da estiagem. Anos depois, o cristianismo converteu a tradição pagã em festa católica. 

Já no século 13, as comemorações foram ampliadas em Portugal e incluíram o dia de nascimento de Santo Antônio de Pádua (que nasceu em Portugal e morreu na Itália, no dia 13 de junho de 1195), e o da morte de São Pedro, em 29 de junho. 

No Brasil colonial, as festas foram introduzidas aos índios e escravos. Ao falar sobre as celebrações católicas assimiladas pelos indígenas, o jesuíta Fernão Cardim escreveu, em 1583, em seu Tratado da Terra e da Gente do Brasil: “A mais alegre é a das fogueiras de São João, porque suas aldeias ardem em fogo e, para saltarem as fogueiras, não os estorva a roupa, ainda que algumas vezes chamusquem o couro.”

Novo estilo de festa junina

Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Após a chegada da família real portuguesa, as festas juninas tomaram um novo rumo no Brasil. Eles trouxeram a contradança (originada nas country-dances, os bailes camponeses da Normandia e da Inglaterra) que animava as festas da realeza.

A dança era caracterizada pelas trocas de pares. Logo, a contradança deixou os salões nobres e foi para as festas populares. Com isso, os casamentos, batizados, festas juninas e as festas de padroeira passaram a ser comemoradas com a dança.

Já no final final do século 19, surgiram formas mais modernas e urbanas de dançar, como a polca, o maxime e o lundu, e as quadrilhas acabaram sendo esquecidas. No entanto, continuou popular na zona rural, onde morava a população mais conservadora.

A partir de 1930, com o nacionalismo de Vargas buscando uma identidade cultural brasileira, a vida rural foi revalorizada. De acordo com o antropólogo Renato da Silva Queiroz, da USP, com a temática do homem do campo surgiu a dança caipira, uma versão da quadrilha de origem aristocrática com adaptações.

Até os dias atuais, o espetáculo continua evoluindo. Conforme o antropólogo Ricardo Lima, da Funarte (Fundação Nacional da Arte), no Rio de Janeiro, há mais de 750 quadrilhas monumentais no estado. 

Esses grupos de encenação usam o traje tradicional e aproveitam as quadras de escolas de samba para ensaios das contradanças francesas, segundo Lima.

Outras tradições 

Foto: Reprodução

Nas quadrilhas costumam ter bombinha, rojão, morteiro, estalinho, isso porque a crença é de que os fogos espantam os maus espíritos.

Além disso, alguns locais continuam fazendo a trança do pau-de-fitas. Basicamente, os pares precisam trançar as fitas presas no alto de um mastro de 4 metros de altura.

Também é uma distração típica das festas juninas o jogo de argolas. A ideia é levar para casa os objetos encestados pelas argolas. Antigamente, o objetivo era ajudar na troca direta entre os agricultores. Anos depois, surgiram jogos como a pescaria e o tiro ao alvo para o entretenimento e para arrecadar fundos para a igreja.

Outra característica dessa celebração é a comida. Os pratos tradicionais são milho cozido, pamonha, canjica, cocada, bolo de fubá, pipoca, amendoim torrado e pé-de-moleque.

Fonte: Superinteressante

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