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A Eleven da vida real era russa

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Segundo a própria Netflix, a primeira parte da quarta temporada de “Stranger Things” teve o maior fim de semana de estreia para um programa em inglês na plataforma. Eleven e todos os outros personagens estão de volta. Mas o que muita gente pode não saber é que, na vida real, existiu uma “Eleven”, e ela era russa.

Na série, a personagem interpretada pela atriz Millie Bobby Brown consegue levitar objetos, empurrar pessoas e até mesmo fechar portais para outras dimensões, tudo isso através dos seus poderes. Contudo, para consegui-los, ela foi cobaia de cientistas.

Quando pensamos na história da personagem, parece bastante surreal que ela tenha um paralelo no mundo real. Só que a verdade é que ela realmente existe. Cinquenta anos antes de Eleven ser um personagem marcante da cultura pop, o mundo teve a russa Ninel Kulagina.

Vida real

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Essa russa era uma paranormal que dizia conseguir mover objetos com a mente e que justamente por isso passou anos de sua vida sendo analisada por pesquisadores soviéticos.

Isso pode parecer coisa de filme de ficção científica, mas no período da Guerra Fria, tanto Estados Unidos, como União Soviética, investiram em pesquisas a respeito de paranormalidade. Eles fizeram isso com a esperança de encontrar alguma vantagem para ser explorada no ponto de vista militar.

Além disso, a telepatia também era um dos temas de estudo, principalmente do Instituto de Pesquisa Cerebral na Universidade de Leningrado. O motivo disso era porque os soviéticos queriam descobrir uma maneira de entrar em contato com seus submarinos sem precisar de tecnologia.

Com relação à capacidade de mexer objetos com a mente, a chamada telecinese, eles achavam que poderia ser usada para desviar ou sabotar mísseis teleguiados.

Estudo

Foi justamente nessa época, nos anos 1960, que os cientistas da URSS descobriram Ninel Kulagina. A russa nasceu em Leningrado, atual São Petersburgo, em 1926. Ela foi técnica de rádio na Segunda Guerra Mundial. No entanto, ela foi ferida no estômago e então virou dona de casa.

Quando tinha 33 anos, a russa entrou em contato com estudiosos da paranormalidade pela primeira vez. A mulher, que ficou conhecida no ocidente como Nina, dizia que desde que ela se lembrava, os objetos se mexiam à sua volta quando ela ficava brava.

Depois disso, a russa teria aprendido a controlar seus “poderes” através da meditação e concentração. No entanto, de acordo com ela, suas habilidades vinham com um custo físico. Elas lhe davam dores de cabeça muito fortes e também dores na coluna.

Entre 1960 e 1980, a russa foi avaliada por mais de 30 cientistas soviéticos. Por várias vezes, o biólogo e parapsicólogo Edward Naumov filmou o desempenho de Nina e espalhou os vídeos pelo mundo todo.

Quando os vídeos chegaram aos EUA, a história de Nina começou a ser acompanhada pela imprensa americana. Em 1978, o jornal americano “The Pittsburgh Press” publicou que, além de telecinese, a mulher russa conseguia enxergar objetos guardados nos bolsos das pessoas.

Poderes

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Segundo um relato do cientista russo Fenady Sergeyev, Nina tinha ido até um laboratório onde um sapo tinha tido seu coração removido. O coração do sapo estava sendo acompanhado por sensores de um cardiograma e, normalmente, levava quatro horas até parar de bater. Mas de acordo com ele, Nina conseguiu fazer com que o órgão batesse mais rápido, mais devagar e depois parar completamente, tudo isso em minutos.

Depois que a russa tinha virado uma celebridade nacional, céticos, como o canadense James Randi, começaram a criticá-la. Isso porque, nenhum dos testes com Nina tinha sido feito em condições controladas. Além disso, as demonstrações mais poderosas da russa não tinham sido filmadas.

Na visão de Randi, que ficou famoso por desmascarar charlatões, os truques eram tão bem feitos que poderiam enganar até mesmo os cientistas. E os vídeos onde se via bússolas girando, pequenas caixas sendo movidas e um fósforo flutuando para fora de uma pilha dentro de uma caixa de vidro poderiam ser todos falsos com pequenos fios de nylon.

Morte

Luis Pellegrini

Por conta dessas alegações de fraude, a russa chegou até a processar uma revista do seu país por calúnia, em 1987. Alguns cientistas foram suas testemunhas e ela ganhou o processo.

Mesmo assim, a maior parte dos críticos não acreditava nos poderes da russa e acusaram o governo soviético de ser conivente com a farsa para assustar os americanos.

Embora tivesse supostos poderes, a morte também chegou para Nina. Ela morreu em 1990, com 64 anos, por conta de um infarto fulminante.

Fonte: Superinteressante

Imagens: Superinteressante, YouTube, Luis Pellegrini

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