Conheça a história do homem considerado o último samurai

Saigō Takamori é lembrado por seu papel de líder na Restauração Meiji, em 1868. Bem como por sua rebelião aberta contra o novo governo menos de uma década depois. Embora ele tenha morrido como renegado, Takamori manteve viva sua reputação. Depois de 150 anos do fim do xogunato, até hoje, o grande guerreiro é considerado o “último samurai”.

A história de Takamori como guerreiro começa em 1864. Nesse ano, o homem torna-se o comandante do exército de Satsuma. Depois de repelir forças anti-xogunato do domínio Chōshū, foi promovido a alto oficial. O incidente, conhecido como Hamaguri Gomon, foi a primeira experiência de batalha de Saigō como líder de um exército. Ainda em 1864, torna-se chefe do exército do xogunato, enviado para punir Chōshū. No entanto, Satsuma e Chōshū, em 1866, estabelecem uma aliança intermediada por Sakamoto Ryōma. É só então que Saigō assume o comando daqueles que acabariam se tornando soldados do novo governo Meiji.

Em 1869, o imperador Meiji, de apenas 17 anos, mudou-se com sua corte de Kyoto para Tóquio (ex-Edo), a capital do país. Controlado por burocratas da oligarquia que haviam derrubado o xogunato, o novo governo inicia uma série de reformas para modernizar país. No ano de 1871, aboliu-se o sistema de domínios. Na época, eram os senhores feudais que administravam as províncias. E o poder era hereditário. Com a abolição do sistema de domínios, as províncias passaram a ser administradas por governadores nomeados pelo imperador.

Em 1873, o governo Meiji criou, juntamente com a assessoria militar francesa, um exército de conscritos. Com a criação do exército, os samurais foram proibidos de portar espadas. O porte de arma era permitido somente para os oficiais do novo exército.

Os samurais, por fim, foram extintos. O fim, naturalmente, causou insatisfação. E Saigo Takamori era um dos que estavam entre os mais inconformados. Takamori, que tinha sido um dos cabeças do movimento que pusera fim ao xogunato de Tokugawa, teve que passar a atuar como conselheiro do imperador Meiji.

Nas mãos do destino

Por não se sentir conformado e confortável em tal posto, Takamori deixou o governo em 1873. Motivou-se a tomar tal atitude quando sua proposta de invadir a Coreia foi rejeitada pelo Imperador. Takamori retorna, então, à sua terra natal. Instalado, cria uma academia de ex-samurais. Em 1877, o samurai e seus discípulos criam a rebelião de Satsuma. Takamori chegou a contar com 25 mil guerreiros.

Encurralados na colina de Shiroyama pela tropa imperial, os samurais acabaram sendo dizimados. A luta, claro, não foi justa, já que o exército imperial contava com 30 mil soldados. Takamori, então, cometeu suicídio.

A associação de Saigō aos os valores tradicionais de um Japão modernizado é o motivo pelo qual ele é chamado de “último samurai”. Apenas 12 anos após sua fracassada rebelião, ele foi perdoado pelo governo Meiji. Em 1898, uma famosa estátua de Saigō e seu cachorro foi erguida no Parque Ueno, em Tóquio. Quase um século e meio depois de sua morte, ele continua sendo um ícone histórico e cultural popular. De acordo com o pesquisador Iechika Yoshiki, o samurai de Satsuma, diferentemente da maioria das pessoas na época, nunca, em nenhum momento de sua história, pareceu temer a morte.

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