No final de 2019, um esqueleto foi encontrado na Califórnia. Em seguida, ele foi identificado como o de um artista nipo-americano. Contudo, os restos mortais encontrados podem nos revelar muito sobre um evento particular da guerra. Conheça o mistério do “Fantasma de Manzanar”, encontrado na Segunda Guerra Mundial.
Mesmo que a Segunda Guerra Mundial tenha gerado descobertas surpreendentes, é inegável o terror que o período causou. Além disso, ainda que o conflito seja estudado por inúmeros pesquisadores e historiadores, muitos mistérios ainda permanecem em aberto.
Encontrando “O Fantasma de Manzanar”
Em outubro de 2019, um esqueleto foi reconhecido como o de Giichi Matsumura, um artista nipo-americano. No entanto, uma vez que o artista e sua família tenham sido mantidos em um campo de concentração, ainda há muitas perguntas para serem respondidas. De acordo com a sua história, Giichi teria saído para fazer uma caminhada com colegas internos do campo de concentração e morreu em agosto de 1945. Na época, o artista estava confinado em Manzanar, um campo voltado para pessoas de ascendência japonesa.
No dia de sua morte, Giichi teria se separado do grupo, para pintar uma paisagem. Dessa forma, ele estava sozinho, e de repente, uma violenta tempestade o pegou de surpresa. Depois disso, o artista foi enterrado em uma cova simples. Contudo, maiores detalhes de sua morte foram perdidos no tempo. Pelo menos, é o que pensávamos até o descobrimento de seu esqueleto.
Próximo ao Monte Williamson, estavam Tyler Hoffer e Brandon Follin, e ao caminhar mais, os investigadores encontraram o esqueleto intacto, apenas parcialmente coberto por pedras. De acordo com a Associated Press, o esqueleto possuía um cinto na cintura, sapatos de couro nos pés e os braços cruzados sobre o peito. Além disso, policiais do condado de Inyo vasculharam os registros locais de pessoas desaparecidas e não encontraram ninguém que correspondesse à descrição do esqueleto.
Entenda como funcionava Manzanar
Mesmo com a história datando da Segunda Guerra Mundial, a história de Matsumura somente ficaria conhecia na região no ano de 2012. Na época, um documentário sobre o campo de Manzanar havia sido gravado no país. No entanto, nenhum trecho, que fala sobre a morte do artista, entrou para o corte final do filme, conforme confirma o diretor, Cory Shiozaki. Com isso, mesmo sem grandes alarmes, a polícia realizou testes de DNA no esqueleto. Para isso, eles usaram uma amostra da neta de Matsumura, Lori.
De acordo com Lori Matsumura, os restos mortais de seu avô só podiam estar nas montanhas. Pelo menos, era o que sua vó sempre lhe contou, enquanto isso, ela mostrava uma foto da pilha de pedras que cobria seu corpo. Além disso, sua tia, Kazue, lhe contou que ele era conhecido como “o fantasma de Manzanar”.
Até 1945, Manzanar foi um dos 10 campos de concentração criados para confinar pessoas de origem japonesa. Uma vez que todos foram criados pelos Estados Unidos, ele funcionaram até sua rendição na guerra. Segundo registros históricos, os presos já costumavam deixar os acampamentos às escondidas para pescar ou praticar hobbies. Com isso, o lago da região era de Serra Nevada. “Os Matsumuras, como muitas famílias encarceradas durante a guerra, não tinham uma casa ou um negócio para retornar e, portanto, continuaram morando em Manzanar até o governo encerrar o acampamento permanentemente, em 21 de novembro de 1945”, disse o gabinete do xerife. Depois de anos de procura, a família pode encontrar um pouco de paz com busca pelo corpo de Giichi terminada. Atualmente, o acampamento se tornou um museu e memorial para aqueles que foram mantidos em Manzanar.