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Delegado gay prende mulher por homofobia contra ele

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Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade cheia de preconceitos, seja racial, social, ou por conta da orientação sexual das pessoas. Contudo, às vezes, temos o preconceito sendo combatido da forma correta, como foi o caso desse delegado.

O delegado de Polícia Civil de Feijó (AC), Railson Ferreira, é casado há 10 anos com o contador William Barbosa Bezerra, e foi vítima de homofobia na última quarta-feira enquanto estava em uma operação que investigava envolvidos com o tráfico de drogas.

No momento, a cunhada de um dos presos chamou o delegado de “gay safado” e ainda disse que ele “deveria virar homem”. A mulher foi presa em flagrante e levada para uma audiência de custódia na quinta-feira. Ela permanece presa preventivamente.

Em 2019, o STF decidiu que declarações homofóbicas podem ser enquadradas no crime de racismo com pena de um a três anos, podendo chegar a cinco nos casos mais graves.

Caso

G1

As equipes do delegado estavam dando apoio aos policiais da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), que estavam cumprindo mandados judiciais contra envolvidos com uma carga de 25 quilos de maconha apreendida em janeiro, na Rodoviária Internacional de Rio Branco.

Na operação, dois homens, de 20 e 25 anos, foram presos. De acordo com o delegado, a família do investigado já recebeu as equipes policiais de uma maneira agressiva. Eles estavam cumprindo um mandado de prisão contra o cunhado da mulher.

“Fomos recebidos pela cunhada do rapaz com palavrões, a família é bem problemática. Já cumprimos outros mandados na casa, sempre nos xingando, mas a gente relevava”, disse ele.

Quando ainda estavam na casa do suspeito, o delegado deu a ordem de prisão contra a mulher do suspeito de tráfico de drogas por desacato. Nesse momento, a cunhada do homem ficou revoltada e voltou a xingar os policiais e urinou no quintal da casa na frente das equipes.

Ofensas

G1

“Falei que ela estava presa, mas não algemei, não gosto de algemar mulher. Elas continuaram a falar palavrões, a gente gravou tudo. Quando foi para ir embora, falei que a irmã do suspeito estava presa, pedi para trocar de roupa. Desisti de levar a cunhada dele para que ela ficasse com as crianças. A ideia era só levar a mulher dele, ouvir por desacato e liberar”, contou o delegado.

O delegado disse que a mulher que o ofendeu ficaria na casa para cuidar das crianças e os demais iriam para a delegacia. No entanto, quando eles chegaram na delegacia, a mulher já estava lá e voltou a fazer barraco, xingar e até mordeu um dos policiais.

“Um dos policiais falou que ela estava xingando todo mundo, que ela queria o celular dela. Na hora que o policial perguntou o nome dela, ela xingou ele de novo, chamou palavrão. Eu sai e fui ouvir a irmã dela, elas queriam os celulares de volta, ameaçaram ir na promotoria. Liberei elas e sai para tomar banho porque estava na operação, mas a Antônia me acompanhou xingando, gravei tudo”, lembrou ele.

Homofobia

Jornal Sol

Segundo o próprio delegado, ele estava relevando todas as ofensas que foram ditas pela suspeita e também nenhum outro policial reagiu aos xingamentos e agressões. Contudo, ele não podia tolerar o crime de homofobia.

“Falei para trancarem a porta e deixar elas fora. Ela falou: ‘tu deveria virar homem, seu gay safado’. Como a injúria racial é inafiançável, assim como o racismo, não arbitrei fiança, mandei para audiência de custódia e a Justiça a deixou presa”, disse ele.

Railson Ferreira é delegado de Polícia Civil há um ano e sete meses, mas ele já está na corporação há mais de oito anos. Ele entrou como agente de polícia, depois trabalhou como escrivão e então como delegado. Segundo Railson, ele nunca sofreu homofobia em todo seu tempo no trabalho e lamentou a prática do crime que aconteceu no mês em que se comemora o Orgulho LGBTQIA+.

“Sempre me impus como gay porque fui criado em uma família muito respeitosa. Sou casado há dez anos com o William, é um relacionamento muito maduro. Ele é uma pessoa incrível. Nunca tinha passado por isso, sempre me impus, sempre respeitei e me dei ao respeito. Emocionalmente não me abala, mas não poderia deixar passar por tudo aquilo que acredito. Sou muito crítico em relação ao preconceito, por mais que eu nunca tivesse passado por isso como outros passaram, sei o quanto dói”, lamentou.

Fonte: G1

Imagens: G1,Jornal Sol

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