Ciência e Tecnologia

Deltacron: a nova variante encontrada na França

0

A pandemia da Covid-19 apresentou significativas melhoras com a vacinação em massa da população. No entanto, o panorama ainda não é dos melhores, considerando que o cenário pandêmico não deixou de existir, assim como o vírus causador da doença não deixou de se propagar. Como prova disso, cientistas relataram, nos últimos dias, que uma variante híbrida do coronavírus composta por Ômicron e Delta está surgindo em vários países da Europa: a Deltacron.

A descoberta da variante

A nova variante foi descoberta por acaso. Em fevereiro, Scott Nguyen, cientista do Laboratório de Saúde Pública de Washington (Estados Unidos), estava inspecionando o GISAID, um banco de dados internacional de genomas de coronavírus, quando notou algo estranho. O cientista encontrou amostras que foram identificadas como uma mistura de variantes Delta e Ômicron. Os exemplares foram coletados em janeiro, na França.

deltacron

Pixabay

Os cientistas chamam esses vírus híbridos de recombinantes. Ao estudar a fundo o assunto, Nguyen encontrou outras possíveis recombinantes na Holanda e na Dinamarca. As descobertas feitas pelo pesquisador foram compartilhadas em um fórum online chamado cov-lineages, onde cientistas ajudam uns aos outros a rastrear novas variantes.

Onde a nova cepa foi encontrada?

Em uma atualização de 10 de março, um banco de dados internacional de sequências virais relatou 33 amostras da nova variante na França, oito na Dinamarca, uma na Alemanha e uma na Holanda. Além disso, conforme relatado pela Reuters, a empresa de sequenciamento genético Helix encontrou dois casos nos Estados Unidos.

Pixabay

Partindo disso, Nguyen e seus colegas do Laboratório de Saúde Pública de Washington estão analisando novas informações de bancos de dados dos Estados Unidos. O objetivo é perceber se existem casos de infecção pela Deltacron sendo registrados no país e em que nível a propagação está acontecendo.

A situação é preocupante?

Com os dados que se tem até o momento, foi possível perceber que a variante ainda não demonstrou capacidade de crescer de forma preocupante. Para o virologista do Institut Pasteur em Paris, Etienne Simon-Loriere, o genoma da variante recombinante também não representa uma nova fase da pandemia.

Pixabay

Isso porque, como a variante é uma combinação de Delta e Ômicron, a população mundial já apresenta certa imunidade contra elas, seja porque já foram infectadas ou porque foram imunizadas através da vacina. Sendo assim, caso a Deltracon entre no corpo humano, não será algo tão novo e que o sistema imunológico não apresentará nenhuma resposta.

O fato de que as duas variantes que deram origem à Deltacron já contaminaram uma parcela significativa da população mundial ajuda nesse cenário. “A superfície dos vírus é super semelhante à Ômicron, então o corpo o reconhecerá tão bem quanto a Ômicron”, disse Simon-Loriere, com informações do jornal O Globo.

Deltacron é o nome oficial da nova cepa?

Por enquanto, alguns cientistas estão se referindo à nova variante como AY.4/BA.1. Esse sistema de nomeação foi criado em um acordo entre diversos cientistas, que optaram por criar um padrão para nomear os vírus recombinantes.

deltacron

Pixabay

Os pesquisadores nomeiam os recombinantes com uma abreviação de duas letras, como ocorreu com a Deltacron. Como ainda não há um nome oficial para a variante, considerando que sua descoberta é muito recente, alguns cientistas optam por chamá-la de Deltamicron. Nas próximas semanas ou meses, todos os estudiosos da nova cepa devem entrar em consenso para unificar a nomenclatura dada a ela.

Além de facilitar a identificação da variante, a unificação da nomenclatura da Deltacron pode ajudar nas notícias e estudos sobre ela, assim como na informação da população em geral. Caso a cepa seja chamada por nomes diferentes, uma confusão pode ser gerada, já que, aqueles que recebem as informações, podem acreditar que se trata de mais de uma variante.

Fonte: O Globo

Cobra “verde peluda” é encontrada em pântano na Tailândia

Artigo anterior

Você sabia que há uma radiação “natural” no corpo humano?

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido