Ser mãe ou pai é um desejo de muitas pessoas. Algumas sonham com isso desde a infância, outras começam a despertar esse desejo só depois da vida adulta. E claro, existem aqueles que não têm a mínima vontade de experienciar a paternidade ou maternidade. E está tudo certo.
Nos deparamos por aí com diversas provas de que ser pai ou mãe não é fácil e pode até mesmo ser definido como o maior desafio na vida de alguém. São diversas coisas para se preocupar a partir do momento em que se sabe que vai ter um filho. Saúde, educação, lazer, moradia… Tudo está por conta dos pais. E é dever deles fazer com que tudo isso chegue de forma correta e adequada para as crianças.
Ser pai pode ser, como o ditado diz, padecer no paraíso. Mas isso não quer dizer que seja feito somente de coisas boas. Embora a paternidade seja uma das experiências mais bonitas que existem, ela também é cheia de estresse, frustração e emoções negativas. Até porque todos nós somos humanos.
É bastante provável que, em pelo menos uma ocasião, esses sentimentos não tão positivos tenham levado os pais a pensarem que não gostam “o suficiente” dos seus filhos. Mas isso não é uma coisa incomum e os especialistas falam sobre o assunto.
Não gostar às vezes
De acordo com o terapeuta Ryan Lowe, é perfeitamente normal que às vezes, quando o filho está irritante ou então o pai queria mudar algum traço de personalidade da criança, que os pais não gostem tanto de seus filhos.
Esse sentimento pode ter origem em diversas razões. Uma delas, e uma das mais importantes, é o chamado efeito espelho. Segundo o psicólogo, esse efeito acontece quando a mãe ou o pai identifica em seus filhos defeitos e falhas em seu temperamento, mas se recusa a aceitá-los.
Então, se esse problema não for encarado de frente e resolvido é possível que atritos emocionais comecem a surgir e isso pode acabar prejudicando a vida familiar.
Lowe explica ainda que a maneira como a pessoa foi criada e o relacionamento que tem com os próprios pais também pode influenciar na maneira como ela irá se relacionar com seu próprio filho.
“Se você teve uma infância difícil ou não tinha uma boa relação com um de seus pais, é provável que seja mais difícil para você conversar com seu filho e ouvir suas necessidades”, explicou Lowe.
Além desses pontos, o psicólogo também enfatiza que os pais não devem se sentir tristes ou envergonhados por terem e vivenciarem esses sentimentos. Ao invés disso, o que precisa ser feito é começar a validar as emoções e tentar reconciliar consigo mesmo.
O que fazer
Para que essa situação desconfortável seja resolvida existem algumas ações que os pais podem tomar. A primeira é mudar suas expectativas. Isso porque, às vezes, elas podem ser bastante altas e restritas. E quando parece que os filhos não conseguem cumpri-las é comum que os pais tenham um sentimento de aborrecimento ou rejeição.
O segundo ponto é não criticar tanto. Não importa o quão estressado o pai ou a mãe esteja, eles não devem nunca descontar isso gritando, xingando ou agredindo seus filhos. E quando tiver algum comentário a respeito do comportamento deles é preciso dizer isso em um tom de voz calmo.
O terceiro e último ponto é procurar uma terapia. Se os outros passos já foram aplicados, mas não tiveram efeito e os pais ainda não conseguem se conectar com seus filhos é bom consultar um especialista.
Essa consulta trará vários benefícios, inclusive podendo ajudar a identificar a fonte da raiva, diminuir os níveis de estresse, aumentar a resiliência e dar uma compreensão melhor da dinâmica familiar.