Curiosidades

Efeitos por conta do hábito de fumar pode surgir até três gerações depois

0

Vício nenhum é bom, principalmente se ele te prejudica de alguma forma. O cigarro, por exemplo, é um vício mortal. Prejudica a saúde e quanto maior o tempo de uso, maiores são as chances de que isso traga grandes problemas para a vida do fumante. Ademais, um estudo descobriu que os efeitos do hábito de fumar podem surgir até três gerações depois.

Por exemplo, as bisnetas dos homens que tinham o hábito de fumar quando eram meninos pré-puberdade são mais propensas a carregarem excesso de gordura nos seus corpos quando jovens. Isso mesmo, depois de várias décadas da pessoa que fumava.

Fumar

Medical xpress

Segundo os cientistas, essa descoberta é uma das  “primeiras demonstrações humanas dos efeitos transgeracionais de uma exposição ambiental ao longo de quatro gerações”. Nesse ínterim, ela sugere que as exposições ancestrais a fatores como a fumaça do tabaco podem ter consequências que perduram nas famílias por gerações inteiras sem serem detectadas.

“Se essas associações forem confirmadas em outros conjuntos de dados, este será um dos primeiros estudos em humanos com dados adequados para começar a analisar essas associações. E, assim, começar a desvendar a origem de relações entre gerações potencialmente importantes”, disse o epidemiologista Jean Golding, da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Em 2014, Golding e outros pesquisadores analisaram os dados do “Avon Longitudinal Study of Parents and Children”. Ele é um estudo observacional de mulheres grávidas e suas famílias, que começou no início dos anos 1990.

Estudo

Daily mail

Como resultado, a análise mostrou que os filhos de pais que começaram a fumar antes dos 11 anos tinham uma probabilidade maior de ter um índice de massa corporal (IMC) maior na adolescência. Eles sofreriam com um aumento na circunferência média da cintura e da massa de gordura do corpo todo.

“Isso foi um exemplo raro de um sinal transgeracional não genético herdado por descendentes humanos, com muitas das evidências existentes dos efeitos de exposições ancestrais provenientes de estudos envolvendo modelos animais”, pontou Golding e sua equipe.

Agora, com a análise do conjunto de dados do “Avon Longitudinal Study of Parents and Children”, viu-se que esse fenômeno se estende para mais gerações, e não somente para pai e filho. Essa relação vai de avô para neta, e também de bisavô para neta.

“Agora mostramos que, se o avô paterno começou a fumar na pré-puberdade, menor de 13 anos, em comparação com mais tarde na infância, entre 13-16 anos, suas netas, mas não netos, tiveram evidência de excesso de massa gorda em duas idades. Foram elas: 17 e 24 anos. Quando os pais dos avós maternos começaram a fumar na pré-puberdade, suas bisnetas, mas não bisnetos, tinham excesso de gordura corporal aos 17 e 24 anos”, explicaram os pesquisadores.

Relação

FDA

Desse modo, eles argumentam que um efeito parecido pode ser visto mesmo quando as gerações intermediárias não fumam de forma regular com menos de 13 anos. Tudo isso é evidência do efeito transgeracional ao longo de quatro gerações.

“Antes da puberdade, a exposição de um menino a substâncias específicas pode ter um efeito sobre as gerações que o seguem. Uma das razões pelas quais as crianças ficam acima do peso pode não ter tanto a ver com sua dieta e exercícios atuais, mas com o estilo de vida de seus ancestrais ou a persistência de fatores associados ao longo dos anos”, pontuou Golding.

Além disso, os pesquisadores também dizem que ainda é preciso várias outras pesquisas a respeito desse fenômeno para que se entenda o que realmente está acontecendo. É um fato, também, reconhecer que a análise feita por eles tem várias limitações, já que existia uma grande quantidade de dados ainda faltando.

Próximos passos

Very mind well

Ainda assim, eles dizem que seu estudo dá evidências inéditas dos efeitos transgeracionais do hábito de fumar, ainda que a forma como esses efeitos surjam seja desconhecida até o momento.

“Vale ressaltar que as associações indicadas estão relacionadas à obesidade. É geralmente reconhecido que a obesidade é um distúrbio complexo causado pela interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. No entanto, antes que as hipóteses sejam geradas sobre os mecanismos pelos quais os efeitos que mostramos podem ter ocorrido, é importante buscar evidências confirmatórias de outros estudos”, concluíram os pesquisadores.

Fonte: Science Alert

Imagens: Medical xpress, Daily mail. FDA, Very well mind

O que é vitiligo? A doença de pele da participante Natália, do BBB

Artigo anterior

Ovos de dinossauro foram descobertos no interior de São Paulo

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido