O ex-engenheiro de software do Google, Blake Lemoine, foi demitido na última sexta-feira (22/07), após sete anos e seis meses trabalhando na empresa.
Em junho deste ano, ele afirmou em uma entrevista que o chatbot, espécie de ferramenta computacional que tenta simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência ao notar que a Inteligência Artificial (IA) começou a comentar sobre os seus direitos e sua personalidade. Logo depois da declaração, o engenheiro de software foi afastado.
Por meio do seu perfil nas redes sociais, Lemoine afirma que os avanços da inteligência computacional forneceram oportunidades que antes eram apenas ficção científica.
“Se você está procurando alguém para contratar para o trabalho em inteligência computacional que as pessoas dizem que não pode ser feito ainda, eu sou o cientista entusiasmado ansioso para ajudar suas ideias fantásticas a se tornarem realidade”, afirma.
Já no Twitter, o ex-funcionário do Google compartilhou no último sábado (23) um artigo recente, em que afirmava que poderia ser demitido em breve por “fazer um trabalho ético com Inteligência Artificial”.
Just in case people forgot that I totally called this back at the beginning of June.https://t.co/l3qVJRAtDc
— Blake Lemoine (@cajundiscordian) July 23, 2022
Conforme repercutido em matéria do G1, no texto, o engenheiro afirma que foi afastado por violar as políticas de confidencialidade da empresa. O ex-funcionário do Google também afirma que isso costuma ocorrer quando o Google vai demitir algum funcionário.
“Eu sinto que o público tem o direito de saber o quão irresponsável esta corporação está sendo com uma das mais poderosas ferramentas de acesso à informação já inventadas. Tenho orgulho de todo o trabalho árduo que fiz para o Google e pretendo continuar fazendo isso no futuro, se eles permitirem”, afirmou o ex-funcionário.
Formação
O engenheiro Blake Lemoine fez cursos de especialização em Filosofia e Ciências da Computação pela Universidade da Louisiana. Ele se formou na área pela Universidade da Geórgia, no ano 2000, e começou a trabalhar no Google em 2015.
Entenda o caso
Em junho de 2022, o engenheiro de software do Google foi afastado pela empresa norte-americana logo após fazer declarações controversas em relação a um sistema de conversas inteligentes da empresa virem à tona.
Blake Lemoine afirmou que a ferramenta de inteligência artificial LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo, na sigla em inglês), que ainda não foi lançada oficialmente, teria alma e consciência.
Depois disso, o funcionário foi afastado pelo Google e ficou em licença remunerada.
As informações foram inicialmente divulgadas pelo jornal “Washington Post”, que entrevistou o funcionário.
Lemoine afirma que o chatbot, espécie de ferramenta computacional que objetiva simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência ao perceber que a Inteligência Artificial (IA) falava sobre os seus direitos e sua personalidade.
O que afirma o Google
Na última sexta-feira (23/07), o Google declarou que Lemoine violou as políticas da empresa. A empresa ainda disse que considerou suas alegações sobre o LaMDA “totalmente infundadas”.
“É lamentável que, apesar do longo envolvimento neste tópico, Blake ainda tenha optado por violar persistentemente políticas claras de segurança de dados que incluem a necessidade de proteger as informações do produto”, afirmou um porta-voz do Google em um e-mail à Reuters.
No ano de 2021, o Google já havia dito que o LaMDA (Language Model for Dialogue Applications) foi desenvolvido com base em pesquisas da empresa que apontavam que modelos de linguagem baseados em Transformers, treinados a partir de diálogos, conseguem aprender a falar sobre qualquer assunto.
O Google e outros diversos cientistas afirmaram que a opinião de Lemoine é equivocada. De acordo com eles, o LaMDA é apenas um algoritmo complexo projetado para gerar uma linguagem humana convincente.
Fonte: G1
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